O ataque foi feito no dia 13 por uma milícia Mai Mai na aldeia de Balobe, situada na cidade de Opiende, rica em ouro, na província de Tshopo.
"De acordo com as investigações, o número de vítimas está a aumentar, sendo que o número hoje é de 65 civis mortos. É realmente horrível o que aconteceu", disse à agência de notícias EFE por telefone o presidente da sociedade civil do território de Bafwasende (onde se situa Opiende), Désiré Aliené.
Estes milicianos Mai Mai são liderados pelo autoproclamado General Shokoro Mirage, que alegadamente colabora com o Movimento 23 de março (M23), que opera na província vizinha de Kivu do Norte (nordeste).
"Este general Shokoro trabalha em conluio com o M23. O seu objetivo é instalar uma base do M23 em Opiende, aqui em Bafwasende", disse à EFE por telefone o deputado provincial Tryphen Saidi, atribuindo este objetivo à riqueza mineral da zona.
Sem avançar números, o deputado provincial disse que o número de vítimas só aumentou após a descoberta dos corpos.
"Havia mulheres violadas e crianças abandonadas. Este general está a enganar a vigilância das autoridades locais e provinciais dizendo que (...) está a combater ao lado das Forças Armadas da República Democrática do Congo contra o M23 no Kivu Norte. Isto é falso", afirmou Saidi.
Os habitantes locais chamam aos grupos Mai Mai dezenas de milícias armadas que operam no leste do país há décadas, constituídas por camponeses e civis armados para se defenderem de outros rebeldes e até do exército congolês.
Desde 1998, o leste da RDCongo, país que faz fronteira com Angola, está mergulhado num conflito alimentado pelas milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão das Nações Unidas.
Leia Também: Pelo menos 25 mortos em naufrágio na RDCongo e 63 desaparecidos