Dirigentes árabes alertam para risco de guerra em Gaza alastrar à região

Dirigentes árabes alertaram hoje em Londres para o risco real de a guerra entre Israel e o Hamas alastrar em breve para outras zonas do Médio Oriente devido à escalada de violência entre Telavive e o movimento libanês Hezbollah.

Notícia

© BASHAR TALEB/AFP via Getty Images

Lusa
20/06/2024 18:17 ‧ 20/06/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"É muito claro que se a guerra em Gaza não parar imediatamente, a guerra vai alastrar-se. E assistir-se-á a uma situação terrível, a guerra poderá tornar-se uma guerra regional muito perigosa", afirmou o secretário-geral e co-fundador da Iniciativa Nacional Palestiniana, Mustafa Barghouti.

Nas mesmas declarações, este membro do conselho legislativo palestiniano vincou "que é preciso exercer muita pressão sobre o Governo de [primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu para que pare esta guerra".

Barghouti falava por videoconferência durante um debate intitulado "O dia seguinte: segurança em Israel e Palestina" no âmbito da Conferência de Londres do Instituto de Relações Internacionais britânico Chatham House, que decorreu hoje na capital britânica.

A escalada de violência entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah (apoiado pelo Irão) nos últimos dias suscitou o receio de uma guerra em grande escala, nomeadamente de uma operação israelita no Líbano.

O embaixador da Arábia Saudita no Reino Unido, o príncipe Khalid bin Bandar Al Saud, também disse no mesmo evento que, se o conflito em Gaza continuar, receia que se "tornará irreversível" e mais longe de uma solução. 

"A dada altura, vai chegar a um ponto em que o conflito se vai alastrar. E vai tornar-se regional e penso que é muito importante que todos reconheçam o perigo que temos pela frente. As pessoas esquecem-se da gravidade que isso pode ter. Um conflito regional não permanecerá regional, vai tornar-se internacional muito rapidamente", vincou.

O movimento xiita Hezbollah anunciou hoje que bombardeou o norte de Israel, em retaliação pela morte de um dos seus combatentes num ataque israelita no sul do Líbano, um dia após um discurso intimidatório do seu líder, Hassan Nasrallah.

Em comunicado, a formação libanesa aliada do Irão indicou que lançou "dezenas de foguetes Katyusha" contra uma posição militar no norte de Israel.

A guerra na Faixa de Gaza, que eclodiu após um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023, levou a incidentes de violência diária na fronteira israelo-libanesa.

Dezenas de milhares de pessoas foram retiradas de ambos os lados da fronteira israelo-libanesa devido à violência.

Desde o início das hostilidades, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, o Hezbollah lançou mais de 5.000 'rockets', mísseis antitanque e 'drones' (aparelhos não tripulados) explosivos contra Israel.

Pelo menos 479 pessoas morreram no Líbano, na maioria combatentes do Hezbollah, segundo uma contagem da agência France-Presse (AFP), enquanto do lado israelita morreram pelo menos 15 soldados e 11 civis, de acordo com dados de Telavive.

Leia Também: ECRI alerta para "o aumento" do antissemitismo e anti-islamismo na Europa

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