"A Alemanha está a tornar-se num país de outros", disse o político ultranacionalista na sua entrevista semanal radiofónica, a partir de Berlim, poucas horas antes de um encontro com o chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz.
O chefe do Governo húngaro referia-se à presença de imigrantes que disse observar na capital alemã e manifestou a esperança de que o destino do seu país seja diferente.
"Esta Alemanha não é a que era há dez anos. É um mundo multicultural e multicolorido", declarou Orbán no estúdio de Berlim da rádio húngara Kossuth, segundo o portal vg.hu.
"Os migrantes já não são hóspedes de alemães nativos, são cada vez mais proprietários da Alemanha. É por isso que a Hungria deve ser preservada como uma ilha de paz e um país húngaro", defendeu.
Segundo Orbán, conhecido pela sua total rejeição à imigração, a "população cristã branca está a diminuir e a comunidade muçulmana está a crescer".
Numa alusão ao apoio de Berlim à Ucrânia, o primeiro-ministro húngaro disse ter observado uma "atmosfera militarista na Alemanha" e apontou uma união entre "aqueles que querem arrastar a Europa para a guerra a um ritmo acelerado".
"A Alemanha está a tornar-se militarizada e os meios de comunicação alemães estão a cair na persuasão e na argumentação de que a Alemanha deve participar numa guerra, o que era impensável há três anos", disse Orbán.
Ao mesmo tempo, afirmou que a Alemanha é aliada da Hungria, pois tem o mesmo interesse "em ligar-se à economia mundial" e manifestou confiança de que os húngaros tenham um lugar na transformação que a indústria alemã está a atravessar.
A fábrica automóvel alemã Mercedes "é um bom exemplo de compreensão da essência das relações húngaro-alemãs", concluiu Viktor Orbán.
A Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) no segundo semestre de 2024. A presidência húngara terá como mote "Tornar a Europa Grande de Novo".
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