Macron promete "agir até maio de 2027", fim do mandato presidencial

O Presidente francês prometeu hoje exercer o mandato "até maio de 2027", mesmo que numa posição delicada face à extrema-direita, a uma semana das legislativas antecipadas, admitindo que "a forma de governar deve mudar profundamente" após a eleição.

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Lusa
23/06/2024 19:48 ‧ 23/06/2024 por Lusa

Mundo

França

"O próximo Governo, que refletirá necessariamente o seu voto, reunirá, espero, os republicanos de diversas sensibilidades que, pela sua coragem, saberão opor-se aos extremos", apelou Emmanuel Macron, numa carta aos franceses na imprensa.

Enquanto alguns dos seus adversários, como Marine Le Pen, da União Nacional (RN, na sigla em francês), sugerem que será forçado a demitir-se em caso de derrota nas eleições legislativas de 30 de junho e 07 de julho, Macron respondeu: "Pode confiar em mim para atuar até maio de 2027 como seu Presidente, protetor em todos os momentos da nossa República, dos nossos valores, respeitador do pluralismo e das suas escolhas, ao seu serviço e da Nação".

Voltando nesta missiva às razões que o levaram, na noite das eleições europeias, a dissolver a Assembleia, o Presidente reconheceu que a sua decisão por vezes despertou raiva dirigida contra si.

Acima de tudo, detalhou as questões que estão em jogo nas próximas eleições, que "não são uma eleição presidencial, nem um voto de confiança no Presidente da República", mas a resposta a "uma única questão: quem governará a França?".

Perante a extrema-direita e a aliança de esquerda da Nova Frente Popular, o chefe de Estado defende a sua "terceira via".

"O objetivo não pode ser apenas continuar o que foi feito. Ouvi dizer que querem que isso mude", avançou Macron, apelando em particular a "respostas muito mais fortes e firmes" sobre "a insegurança, a impunidade".

"O próximo Governo terá de rever a política da infância, proteger melhor os nossos jovens e lutar mais fortemente contra toda a discriminação", defendeu ainda, notando a "forte exigência de justiça social".

Acima de tudo, ao dizer que mede "o mal-estar democrático", nomeadamente "esta divisão entre o povo e aqueles que governam o país que não" conseguiu resolver, Macron admitiu que "a forma de governar deve mudar profundamente", enquanto o seu campo político multiplica as mãos estendidas para a direita e para a esquerda na esperança de frustrar as previsões.

O Presidente apelou também aos abstencionistas, pedindo-lhes que não tenham "medo". "Não desista", vincou.

Uma sondagem divulgada na sexta-feira atribui à União Nacional - atualmente liderada por Jordan Bardella mas que mantém presente a figura de Marine Le Pen, considerada a líder da extrema-direita francesa - 250 a 300 deputados na futura Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento francês), o que representaria um cenário entre a maioria relativa e a maioria absoluta (289 mandatos).

A decisão de Macron de convocar eleições legislativas antecipadas após o fracasso do seu partido, Renascimento, nas eleições europeias em 09 de junho contra a União Nacional, que obteve o dobro dos votos, foi criticada até dentro do seu campo político.

Leia Também: Ex-Presidente François Hollande diz que o 'macronismo' "acabou"

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