O líder do Partido Reformista, de direita radical, Nigel Farage, respondeu a Boris Johnson, ex-primeiro-ministro britânico, que o classificou de "moralmente repugnante" devido aos comentários que fez sobre a guerra na Ucrânia.
Numa ação de campanha em Maidstone, Kent, Inglaterra, Farage acusou Johnson de "hipocrisia", mostrando a cópia da primeira página de um jornal de 2016, que dizia "Boris culpa a UE pela guerra na Ucrânia", recordando que, enquanto era presidente da Câmara de Londres, Boris Johnson atribuiu a anexação da Crimeia, em 2014, às políticas de Bruxelas.
Recorde-se que, no domingo, o ex-primeiro-ministro britânico, acusou Nigel Farage de fazer "propaganda do Kremlin" e lembrou que "só há uma pessoa responsável pela agressão russa contra a Ucrânia", após o líder do Partido Reformista ter acusado o Ocidente de ter "provocado" o presidente russo, Vladimir Putin.
Tudo começou numa entrevista à BBC, transmitida na sexta-feira à noite, na qual Nigel Farage estabeleceu uma ligação entre a expansão da NATO e da União Europeia para leste, nas últimas décadas, e a invasão russa na Ucrânia.
Afirmando que avisou sobre uma potencial guerra na Ucrânia em 2014, quando era membro do Parlamento Europeu, Farage disse: "Nós provocámos esta guerra", não sendo claro se o seu aviso foi feito antes ou depois de a Rússia ter anexado a península da Crimeia à Ucrânia, em fevereiro de 2014, refere a agência de notícias Associated Press (AP).
"Para mim, era óbvio que a expansão cada vez maior da NATO e da União Europeia estava a dar a este homem [Vladimir Putin] uma razão para que o seu povo russo dissesse: `Estão a vir atrás de nós outra vez´ e entrasse em guerra", disse Farage, acrescentando: "É claro que a culpa é dele - ele usou o que nós fizemos como desculpa".
Para Boris Johnson, as afirmações de Farage são um "disparate anistórico nauseabundo e mais propaganda do Kremlin", frisando que "ninguém provocou Putin". "O povo da Ucrânia votou esmagadoramente em 1991 para ser um país soberano e independente. Tinha todo o direito de pedir a adesão à NATO e à UE", disse numa reação ao artigo do líder do Partido Reformista.
Mas Boris Johnson, recorde-se, não foi o único a insurgir-se contra esta declaração.
O primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, disse que era "completamente errado" dizer que o Ocidente provocou Putin para lançar uma invasão total da Ucrânia em fevereiro de 2022.
"Este é um homem que colocou agentes neurotóxicos nas ruas do Reino Unido e que está a fazer acordos com países como a Coreia do Norte, e este tipo de argumento é perigoso para a segurança nacional e para a segurança dos nossos aliados, e encoraja Putin ainda mais", avisou Rishi Sunak.
O ex-ministro da Defesa do Partido Conservador, Ben Wallace, afirmou que Farage é "como um chato de bar" que "não compreende a realidade da política".
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