"O funcionário que tem afeição pelos Estados Unidos e pensa que não podemos progredir sem a aprovação dos Estados Unidos não será um bom parceiro", disse Khamenei, num aparente ataque aos reformistas, que procuram uma certa abertura do Irão.
O discurso proferido pela mais alta autoridade política e religiosa iraniana por ocasião de um feriado islâmico foi acompanhado de gritos de "Morte à América" e "Morte a Israel" pela assistência, segundo a agência francesa AFP.
Khamenei disse que a participação nas eleições é "uma das coisas que faz com que a República Islâmica derrote os inimigos".
"Quando a participação é baixa numa eleição, as censuras dos inimigos aumentam, mas quando a participação é alta, os inimigos mordem a língua", afirmou.
O regime da República Islâmica atribui grande importância à participação nas eleições como sinal de legitimidade e apoio popular, mas a afluência às urnas diminuiu nos últimos anos.
As eleições parlamentares de março registaram uma participação de 41% dos eleitores, a taxa mais baixa dos últimos 45 anos no Irão, num contexto de apatia popular face à má situação económica e à repressão social.
O conservador Mohamad Baqer Qalibaf, o ultraconservador Saeed Jalili e o reformista Masoud Pezeshkian são os três principais candidatos à sucessão do Presidente Ebrahim Raisi, que morreu num acidente de helicóptero em maio.
O hiper-nacionalista Jalili lidera as sondagens juntamente com Pezeshkian, que apelou à melhoria das relações com o Ocidente e cuja equipa inclui Mohamed Yavad Zarif, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do ex-presidente Hasan Rohani (2013-2021).
Rohani e Zarif assinaram o acordo nuclear de 2015 que limitou o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções impostas pelos Estados Unidos e cinco outros países.
Os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do acordo em 2018, por decisão do então Presidente Donald Trump (2017-2021), e, desde então, Teerão tem acelerado constantemente o programa nuclear.
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