"Não foi uma reunião tripartida", frisou Borrell após a reunião, embora inicialmente estivesse planeado que os três líderes se reunissem.
Albin "Kurti não quis ou não ousou" participar na reunião, sublinhou, por sua vez, Vucic.
O alto representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, Josep Borrell, reconheceu também que as discussões que manteve com os dois líderes não registaram progressos.
"Infelizmente, hoje [quarta-feira] não foi possível encontrar nenhum progresso na implementação do acordo", destacou Borrell.
No entanto, as discussões deverão ser retomadas na próxima semana em Bruxelas, ao nível dos negociadores, acrescentou.
O encontro entre Vucic e Kurti seria o primeiro desde setembro de 2023, e permitiria relançar um diálogo assinalado por numerosos falhanços e discussões estéreis.
Nos últimos meses prosseguiram os incidentes e decisões muito contestadas, em particular a proibição por Pristina do dinar sérvio, moeda amplamente utilizada pela minoria sérvia do Kosovo para receber salários e pensões, acompanhado pelo encerramento de diversas filiais de bancos sérvios.
Na terça-feira, o primeiro-ministro sérvio, Milos Vucevic, emitiu um sinal conciliatório, ao referir em entrevista à agência noticiosa AFP que Belgrado estava disposto a compromissos.
A Sérvia está "absolutamente disposta a discutir com Pristina, a concluir acordos e a efetuar compromissos", assegurou Milos Vucevic.
"É mil vezes melhor sentarmo-nos em torno de uma mesa sem resultados que a existência de um único incidente no terreno. É melhor sentarmo-nos, reunirmos, tentar dialogar. Antes isso que uma escalada", acrescentou, sem precisar a natureza dos compromissos sérvios.
As tensões entre a Sérvia e o Kosovo permanecem muito elevadas 15 anos após o final da guerra, na sequência de uma intervenção militar da NATO contra Belgrado em 1999, suscitando receios sobre o reacender do conflito e a abertura de uma nova frente de desestabilização na Europa enquanto prossegue a guerra na Ucrânia.
A normalização das relações entre a Sérvia e o Kosovo, mediadas pela UE, permanece num impasse, em particular após os confrontos em setembro passado entre uma milícia sérvia e a polícia kosovar que provocou quatro mortos e agravou as tensões na região.
Na sequência deste incidente, a Kfor, a força multinacional da NATO no Kosovo e presente no território desde 1999, reforçou a sua presença no terreno e possui atualmente cerca de 4.800 efetivos.
O Kosovo independente -- que a Sérvia considera o berço da sua nacionalidade e religião -- foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.
A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil, África do Sul ou Indonésia) também não reconheceram a independência kosovar.
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