O Supremo Tribunal da República da Crimeia considerou o homem culpado de traição e condenou-o a "12 anos de prisão, a cumprir numa colónia penal com um regime rigoroso", noticiou a agência Ria Novosti.
O homem de 33 anos vive na Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014, mas foi detido pelos serviços de segurança russos (FSB) na região de Pskov, que faz fronteira com a Bielorrússia, a Estónia e a Letónia.
De acordo com a acusação, "fez vídeos sobre o funcionamento de um sistema de defesa aérea e comunicou a localização com o objetivo de ajudar as forças armadas ucranianas", segundo a Ria Novosti, citada pela agência francesa AFP.
O homem enviou depois as imagens a um 'chatbot' (programa informático concebido para simular uma conversa, interagindo e respondendo a perguntas, geralmente através de recurso a Inteligência Artificial) ucraniano criado para recolher informações sobre alvos militares russos.
A Rússia anexou a Crimeia ao mesmo tempo que armou os separatistas pró-Moscovo no Donbass (leste) contra o exército ucraniano em 2014.
A generalidade da comunidade internacional não reconhece a anexação da Crimeia, nem de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que Moscovo declarou como parte da Rússia sete meses depois de ter invadido a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Moscovo processou milhares de pessoas que se opuseram à invasão ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e muitas delas foram presas ou forçadas ao exílio.
Os casos de espionagem ou de alta traição multiplicaram-se nos últimos anos, um meio que os críticos do regime afirmam ser usado por Putin, no poder há quase um quarto de século, para suprimir qualquer voz dissidente.
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