EUA reforçam presença naval no Mediterrâneo para garantir "dissuasão"

O navio de assalto USS Wasp chegou hoje ao leste do Mediterrâneo para se juntar a diversos navios de guerra norte-americanos e na perspetiva de uma guerra generalizada no Médio Oriente na sequência dos confrontos Israel-Hezbollah.

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Lusa
28/06/2024 18:18 ‧ 28/06/2024 por Lusa

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Médio Oriente

O Wasp, um navio anfíbio, está capacitado para efetuar a retirada de civis no caso de um conflito em larga escala entre Israel e o movimento xiita libanês ao longo da fronteira comum, mas segundo um responsável oficial norte-americano, citado pela agência noticiosa AP, o seu principal objetivo “consiste na dissuasão”.

Um outo responsável oficial dos EUA, que também falou sob anonimato, indicou que a rotação é similar à efetuada pelo navio de assalto USS Bataan, enviado para águas territoriais israelitas após os ataques do Hamas em 07 de outubro, com a embarcação a permanecer durante meses no leste do Mediterrâneo para tentar conter o conflito.

O Comando europeu dos Estados Unidos, responsável pelos navios que operam no Mediterrâneo, confirmou esta semana o envio do USS Wasp e da unidade expedicionária 24th Marine, que se vão juntar a outras embarcações, incluindo o USS Oak Hill de transporte de veículos, material para desembarque, carga diversa e forças militares.

O Wasp foi acompanhado pelo navio de transporte e desembarque USS New York, que pode deslocar tropas por helicóptero ou através de lanchas de desembarque.

O movimento político-militar xiita libanês Hezbollah e o Exército israelita estão envolvidos em bombardeamentos e ataques diários desde 07 de outubro, quando se iniciou a guerra e a consequente invasão da Faixa de Gaza por Israel, e os confrontos têm escalado de forma gradual.

Na semana passada o Exército israelita disse ter “aprovado e validado” planos para uma ofensiva no Líbano, apesar de a decisão pertencer à liderança política do país.

O general Charles Q. Brown, chefe de estado-maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, considerou no passado domingo que qualquer ofensiva militar israelita no Líbano podia implicar uma resposta do Irão em defesa do Hezbollah, motivando um conflito generalizado que poderia colocar em perigo as forças norte-americanas estacionadas na região.

A liderança militar os EUA também enviou outros navios para a região. O Pentágono disse que o porta-aviões Eisenhower vai regressar à sua base de Norfolk, estado da Virgínia, após oito meses a contrariar os ataques dos Huthis do Iémen contra navios comerciais no mar Vermelho, uma missão definida pela Marinha como a mais intensa desde a Segunda Guerra Mundial.

O porta-aviões Theodore Roosevelt, proveniente da base de San Diego, vai substituir o Eisenhower.

As tensões agravaram-se nas últimas semanas e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, advertiu recentemente que o Exército israelita “está preparado para uma ação muito poderosa” na fronteira com o Líbano, enquanto o próprio Exército assegurava possuir um “plano preparado”.

Em resposta, o número dois do Hezbollah, Naim Qassem, assegurou que uma expansão do conflito implicaria “devastação e destruição” em Israel.

Posteriormente, e de visita aos Estados Unidos, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, assinalou em Washington que seu país tem meios para fazer regressar o Líbano “à idade da pedra”, embora não queira “entrar em guerra porque isso não é bom para Israel”.

O fogo cruzado e os ataques aéreos israelitas intensificaram-se nas últimas semanas, suscitando receios de uma guerra aberta entre as duas partes.

Diversos analistas consideram que este cenário de conflito aberto poderá ocorrer durante o corrente verão.

O Governo de Israel tem aumentado o tom nas últimas semanas contra o poderoso movimento apoiado pelo Irão, e o Exército israelita anunciou recentemente a aprovação de planos operacionais para uma ofensiva em território libanês.

O Hezbollah afirma que já efetuou mais de 2.100 operações militares contra Israel desde 08 de outubro, e na semana passada intensificou os seus ataques contra alvos militares no norte do país após a morte de um dos seus principais comandantes num ataque aéreo israelita.

Mais de oito meses de violência provocaram pelo menos 473 mortos no Líbano, na maioria combatentes do movimento xiita libanês, e 92 civis para além de dezenas de milhares de deslocados, segundo a agência noticiosa AFP.

De acordo com Israel, foram mortos no mesmo período 15 soldados e 11 civis israelitas.

Leia Também: Hutis e milícias iraquianas reivindicam novo ataque conjunto em Israel

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