"Guerra comercial" da UE com China? Orbán quer pacto de competitividade

A Hungria, que assumiu hoje a presidência rotativa da União Europeia (UE), vai propor um pacto de competitividade para evitar uma guerra comercial com países do Leste, nomeadamente a China, que o bloco perderá, anunciou o primeiro-ministro húngaro.

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© Sean Gallup/Getty Images

Lusa
01/07/2024 21:38 ‧ 01/07/2024 por Lusa

Mundo

Hungria

"A União Europeia está prestes a entrar numa guerra comercial com o Leste, na qual só pode perder. O que é necessário aqui não é o isolacionismo, mas um reforço das relações e um comércio mais vigoroso", disse Viktor Orbán à televisão estatal húngara, a partir de Bruxelas, onde recebeu a liderança da UE das mãos do seu homólogo belga, Alexander De Croo.

Orbán acrescentou que uma das possíveis fontes de conflito com países como a China podem ser as medidas da UE, como os impostos adicionais sobre os carros elétricos provenientes do gigante asiático.

O primeiro-ministro acrescentou que manteve conversações com os grandes fabricantes de automóveis europeus, afirmando que estes "não querem esta medida, porque se eles [os fabricantes chineses] ripostarem, a Europa vai perder muito mais".

Orbán explicou que uma das prioridades da presidência rotativa húngara, que durará até 31 de dezembro, será a obtenção de um pacto de competitividade.

O ministro dos Assuntos Europeus húngaro, János Bóka, disse à rádio pública Kossuth, no domingo, que a presidência húngara do Conselho da UE vai "concentrar a atenção política nesta questão e identificar as áreas onde podem ser tomadas decisões para reforçar a competitividade".

As outras seis prioridades definidas pelo governo de Orbán para o seu mandato de seis meses à frente da UE são a defesa comum e a defesa das fronteiras externas, bem como a realização de progressos no alargamento da UE, o reforço das políticas de coesão e da agricultura e a resolução dos problemas demográficos.

"Agora é a vez da Hungria e de Viktor Orbán", afirmou De Croo na rede social.

O líder belga disse estar "orgulhoso" do historial da presidência belga, que "cumpriu a sua ambição de proteger os nossos cidadãos, reforçar a nossa economia e preparar o futuro da Europa".

"Desejo felicidades à Presidência húngara e estou confiante de que ela cumprirá os interesses de todos os cidadãos da UE", sublinhou.

Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, recebeu hoje Viktor Orbán para marcar o início da presidência rotativa e afirmou que a maneira de enfrentar os desafios é estar "juntos e unidos".

O presidente do Conselho Europeu, que será sucedido em dezembro pelo antigo primeiro-ministro António Costa, referiu que foram debatidas "prioridades como a competitividade, a defesa e o alargamento, entre outras".

"Todos nós conhecemos os desafios que enfrentamos. Juntos e unidos é a única forma de os ultrapassar", sublinhou o político belga.

Durante a presidência, a Hungria terá de mediar entre os Estados-membros para alcançar acordos, mas Orbán tem-se distanciado das decisões coletivas e chegou a bloquear decisões, como o desembolso de fundos para prestar apoio militar à Ucrânia na sua defesa contra a Rússia.

Leia Também: Orbán critica grupos políticos que ignoram resultados das Europeias

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