Numa antecipação da Cimeira, que decorrerá de 9 a 11 de julho na capital norte-americana e em que se assinalarão os 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), os analistas do 'think tank' norte-americano observaram que além de os Estados Unidos serem um dos membros fundadores e terem o maior exército da aliança, também as diferenças entre os dois candidatos presidenciais - Joe Biden e Donald Trump - pesam no momento de olhar para o sufrágio.
Quando assumiu a Casa Branca, em 2021, o atual Presidente, o democrata Joe Biden, declarou que as alianças da América são o seu "maior ativo".
Desde então, Washington tem liderado o apoio à Ucrânia após a invasão russa, juntamente com os aliados europeus.
Por outro lado, o ex-presidente e potencial candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, causou polémica ao encorajar a Rússia "a fazer o que raio quiser" com aliados da NATO que não cumprissem as diretrizes de gastos com Defesa, declarações que causaram preocupação generalizada na Europa sobre as políticas direcionadas para a aliança em caso de um segundo mandato de Trump.
"Essa preocupação prevalece, apesar dos aumentos significativos nos gastos com Defesa por aliados europeus nos últimos anos --- o nível médio de gastos entre aliados não americanos agora é superior a 2% do seu Produto Interno Bruno (PIB) combinado e está a aumentar ainda mais ---, que foi a principal crítica de Trump à NATO", apontaram os analistas do CSIS.
Poucos dias após a conclusão da Cimeira, Donald Trump será o centro das atenções na Convenção Nacional Republicana, de 15 a 18 de julho em Milwaukee, no estado do Wisconsin, e onde deverá ser oficializado como o candidato presidencial do Partido às eleições.
E essa possibilidade ganha cada vez mais força, especialmente depois da recente decisão do Supremo Tribunal do país, que concedeu imunidade presidencial parcial a Trump - atrasando os seus julgamentos criminais, possivelmente para depois das eleições.
Na semana passada, durante um polémico debate com Joe Biden, Trump voltou a prometer "resolver" a guerra da Rússia na Ucrânia - uma das maiores prioridades da NATO - antes mesmo de assumir o cargo, com Joe Biden a alertar que se alcançar as suas pretensões o homólogo russo, Vladimir Putin, não ficará por Kyiv.
Naquele que foi o primeiro debate presidencial de 2024 - e em que o atual Presidente foi o grande derrotado da noite -, Trump atacou Biden por dar à Ucrânia centenas de milhares de milhões de dólares e insistiu que seria capaz de acabar com a guerra da Rússia, apesar de não explicar como o faria.
O magnata republicano afirmou ainda que Putin o respeita, apesar de admitir que os termos que o Presidente russo apresentou para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia "não são aceitáveis".
Putin disse que a Rússia só acabaria a sua guerra na Ucrânia se Kyiv entregasse a totalidade das quatro regiões ocupadas por Moscovo e abandonasse a sua tentativa de ingressar na NATO.
"Esta é uma guerra que nunca deveria ter começado. Se tivéssemos um líder nesta guerra... Ele (Biden) deu 200 mil milhões de dólares ou mais agora à Ucrânia, deu 200 mil milhões de dólares. É muito dinheiro. Acho que nunca houve algo parecido", disse Trump.
No entanto, Joe Biden alertou que Putin não se limitará à Ucrânia.
"O facto é que Putin é um criminoso de guerra", afirmou o democrata.
"Ele (Putin) quer toda a Ucrânia. É isso que ele quer. E então você acha que ele vai parar por aí? Você acha que ele vai parar quando, se ele tomar a Ucrânia? (...) O que você acha que acontecerá com países da NATO?", questionou o democrata, evidenciando as diferenças entre os dois candidatos.
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