O talco foi classificado pela a Agência Internacional de Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês), organismo que pertence à Organização Mundial da Saúde (OMS), como "provavelmente cancerígeno" para os seres humanos
As conclusões dos especialistas foram divulgadas, esta sexta-feira, num artigo divulgado na revista científica The Lancet Oncology.
O talco, que é um mineral natural utilizado em cosméticos, foi colocado no nível 2A, o segundo nível mais elevado da pirâmide de identificação de risco, e que diz respeito a itens cujas evidências de relação com tumores são mais robustas entre animais, mas também provas limitadas entre humanos. Neste caso, os estudos indicam um risco aumentado de cancro dos ovários.
"Vários estudos mostraram consistentemente um aumento na incidência de cancro de ovário em seres humanos que relataram o uso de talco na região perineal", informou a IARC, em comunicado.
O organismo recorda ainda que o mineral é extraído em várias partes do mundo. Além da exposição profissional ao talco, a população pode contactar com o mesmo através da utilização de cosméticos ou pós corporais.
Esta avaliação, note-se, foi concluída, em junho. O grupo de trabalho foi composto por 29 cientistas de 13 países, reunidos em França.
De referir que que a IARC também classificou a acrilonitrila, um composto orgânico volátil usado principalmente na produção de polímeros - usados em fibras de vestuário e outros têxteis, mas também em plásticos para produtos de consumo ou peças para automóveis - como "carcinogênico" para seres humanos, na categoria 1A.
A decisão baseia-se em "evidências suficientes de cancro de pulmão" e "evidências limitadas" de cancro de bexiga em humanos.
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