Gantz garante a Netanyahu "apoio total" para acordo de libertação de reféns

O político da oposição israelita Benny Gantz, que abandonou o gabinete de guerra devido a divergências com o primeiro-ministro, garantiu hoje a Benjamin Netanyahu "apoio total" a um eventual acordo com o Hamas para a libertação de reféns.

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Lusa
05/07/2024 18:22 ‧ 05/07/2024 por Lusa

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Médio Oriente

Num telefonema com o primeiro-ministro, Gantz sublinhou que o seu partido, a Unidade Nacional, "dará todo o apoio a qualquer acordo responsável que conduza ao regresso dos reféns", segundo comunicado do gabinete de imprensa citado pelo diário israelita 'The Times of Israel'. 

Desta forma, uma parte da oposição daria a Netanyahu o apoio a um acordo que poderia, no entanto, ser rejeitado por certos setores da coligação governamental. 

Alguns dirigentes ultranacionalistas, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, e o das Finanças, Bezalel Smotrich, opuseram-se a um pacto com o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

Na sequência dos atentados do Hamas de 07 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos e o sequestro de 240 israelitas, o exército judaico desencadeou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.

Na altura, Netanyahu criou um gabinete de guerra que incluía alguns líderes da oposição, o que durou até ao início de junho, altura em que Gantz e outros o abandonaram.

Nos últimos dias, a perspetiva de as partes chegarem a um acordo que conduza à libertação dos reféns aumentou, especialmente depois de Netanyahu ter confirmado o envio de uma nova delegação de negociação e ter dito que o seu governo está a considerar uma resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo.

O plano apresentado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, divide-se em três fases, em que a primeira envolve uma troca de reféns por prisioneiros e um cessar-fogo a curto prazo e a segunda a cessação das hostilidades e a retirada das tropas israelitas.

A terceira e última fase inclui um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza.

O Hamas mostrou-se aberto a aceitar o acordo, desde que as tropas israelitas se retirem totalmente do enclave palestiniano, enquanto Israel deixou claro que continuará a sua ofensiva para destruir as milícias palestinianas. 

O Hamas confirmou que partilhou "algumas ideias" com os mediadores para "parar a agressão".

Hoje, e antes do reinício das negociações para pôr fim à guerra, em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP), um alto funcionário do Hamas indicou que o movimento islamita palestiniano espera uma primeira resposta de Israel até sábado às suas novas "ideias" para um cessar-fogo em Gaza.

"Não queremos falar sobre estas ideias em pormenor. Estamos à espera de uma resposta, provavelmente hoje ou amanhã de manhã [sábado]. Se a resposta for positiva, discutiremos essas ideias em pormenor", declarou, assegurando que as "boas capacidades militares" do seu movimento lhe permitiram "continuar" a guerra.

O chefe dos serviços de informações israelitas, David Barnea, deixou hoje Doha após conversações com autoridades do Qatar sobre o acordo de libertação de reféns e uma trégua na Faixa de Gaza, disse à AFP uma fonte próxima das negociações.

Leia Também: Partido de Netanyahu acusa ex-ministro Benny Gantz de "fugir da guerra"

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