Esta família política assume que se situará mais à direita do que os Patriotas pela Europa, que integra os partidos do húngaro Viktor Orbán, da francesa Marine le Pen e ainda o espanhol Vox.
O novo grupo foi formado numa reunião realizada hoje no Parlamento Europeu e nomeou como líderes o alemão René Aust e o polaco Stanislaw Tyszka.
"Partilhamos o objetivo de ter um impacto significativo no futuro político da Europa através de uma ação decisiva e de um planeamento estratégico. Escolhemos este caminho não porque seja fácil, mas porque é necessário concretizar a nossa visão partilhada de uma Europa forte de pátrias, unida e olhando para o futuro", defendem estes partidos, num comunicado.
O AfD, com 14 lugares no PE, terá mais de metade dos eurodeputados do novo grupo, que se completa com três eurodeputados polacos, três búlgaros, um húngaro, um lituano, um eslovaco, um francês e um checo, de diferentes partidos de extrema-direita.
Juntos, estes partidos somam 25 lugares, dois mais do que o mínimo exigido pelo PE para formar um grupo, e têm representação de oito países, um acima dos sete necessários.
Embora sejam a formação mais pequena do PE, a sua constituição como família política dá-lhes acesso a fundos específicos para grupos parlamentares, bem como horários precisos para intervir nas sessões plenárias e maior visibilidade, estrutura e possibilidade de influência, por exemplo, nas reuniões semanais entre a presidente do Parlamento, Roberta Metsola, e os chefes dos grupos políticos.
O anúncio deste novo grupo ocorre na mesma semana em que a União Nacional de Marine le Pen, o Fidesz de Viktor Orbán, a Liga de Matteo Salvini e o espanhol Vox, entre outros, se uniram num grupo parlamentar denominado Patriotas pela Europa, que tem 84 eurodeputados e está posicionado como a terceira força política no PE.
Na passada legislatura, o AfD partilhou um grupo político com Le Pen e Salvini, o Identidade e Democracia, mas foram expulsos desta formação durante a campanha eleitoral europeia devido às ligações do seu líder, Maximilian Krah, com a Rússia e a China e pelas suas declarações em que afirmava que nem todos os membros da unidade de elite nazi SS, implicados em crimes de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, eram criminosos de guerra.
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