Presidente sul-africano quer país menos dependente do carbono

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, reafirmou hoje o compromisso do país em avançar para as energias renováveis, alertando, no entanto, que tal deve ser feito sem pôr em causa os empregos.

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Lusa
15/07/2024 14:40 ‧ 15/07/2024 por Lusa

Mundo

Cyril Ramaphosa

A África do Sul tem a economia mais industrializada do continente, mas é um dos maiores emissores de gases com efeito de estufa do mundo e 80% da sua produção de eletricidade depende do carvão.

 

Este combustível fóssil é um dos pilares da economia nacional sul-africana e emprega mais de 100.000 pessoas.

"Estamos perante um desafio climático de proporções excecionais", afirmou Ramaphosa, numa reunião de representantes governamentais e doadores internacionais sobre a transição para uma economia com base em energias mais limpas.

Todavia, segundo o Presidente, "é essencial" que esta transição "seja justa e inclusiva e que nenhum trabalhador ou comunidade seja deixado para trás", acrescentou.

A África do Sul vai descarbonizar-se "a um ritmo e a uma escala acessíveis" para a sua economia e sociedade, disse Ramaphosa.

Para o chefe de Estado sul-africano, agir muito rapidamente, antes que soluções alternativas sejam implementadas, pode prejudicar setores inteiros da economia.

Em 2022, o Banco Mundial concedeu um financiamento de 497 milhões de dólares (cerca de 456 milhões de euros) para desmantelar uma das maiores centrais elétricas a carvão do país e convertê-la em energia renovável.

Porém, o abandono do carvão está a encontrar resistência, nomeadamente no Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido de Ramaphosa, que está no poder há 30 anos e que há muito conta com o apoio dos sindicatos dos mineiros.

O emprego é uma questão crucial na África do Sul, onde a taxa de desemprego ultrapassa os 30%.

No entanto, o país sofre de escassez de eletricidade.

As infraestruturas envelhecidas e mal conservadas da empresa pública de eletricidade provocam cortes de energia, que chegaram a atingir 12 horas por dia em algumas zonas do país no ano passado.

Nos últimos anos, a África do Sul mostrou-se recetiva ao investimento privado para criar um mercado de eletricidade competitivo e apresentou como alternativas o hidrogénio verde e a energia eólica.

No seu discurso de hoje, Ramaphosa sublinhou que os impostos sobre o carbono dirigidos às empresas eram um incentivo importante para investir em tecnologias mais limpas.

Declarou também que o Governo estava a investir em programas de reconversão profissional para atenuar as perdas de emprego associadas à transição energética e para apoiar as pequenas empresas.

Leia Também: Líderes africanos condenam tentativa de assassínio de Donald Trump

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