PC Chinês aprova visão de Xi de desenvolvimento de "alta qualidade"

O Partido Comunista Chinês (PCC) aprovou hoje medidas destinadas a reforçar o poder tecnológico do país e fortalecer a segurança nacional, através da autossuficiência, no final de uma reunião do seu principal órgão dirigente.

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Lusa
18/07/2024 11:15 ‧ 18/07/2024 por Lusa

Mundo

Partido Comunista Chinês

Um comunicado divulgado no final da terceira sessão plenária do 20º Comité Central do PCC apontou que a ordem de trabalhos centrou-se em estratégias para um crescimento económico autossuficiente e de "alta qualidade" numa altura em que a China enfrenta restrições cada vez maiores no acesso à tecnologia avançada ocidental, incluindo semicondutores de ponta e sistemas de inteligência artificial.

 

"O desenvolvimento de alta qualidade é a principal tarefa da construção de um país socialista moderno de uma forma abrangente", lê-se no documento divulgado logo após a reunião.

As tarefas deverão estar concluídas até 2029, ano do 80.º aniversário da fundação da República Popular da China.

"A segurança nacional é uma base importante para o desenvolvimento estável e a longo prazo da modernização ao estilo chinês", vincou o comunicado, observando que a "liderança do partido é a garantia fundamental" para alcançar esse objetivo.

"O período atual e futuro é fundamental para promover de forma abrangente a construção de um país forte e a grande causa do rejuvenescimento nacional com uma modernização ao estilo chinês", lê-se.

O comunicado divulgado no final da reunião apenas apresentou um resumo geral das decisões. É provável que surjam mais pormenores nos próximos dias.

Na visão de Xi Jinping, o líder chinês mais forte das últimas décadas, a China deve alcançar um crescimento "genuíno" e converter-se numa potência industrial e tecnológica de nível mundial, com uma economia assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.

Na última década, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, cerca de cem aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média em centenas de milhões de pessoas.

Mas este modelo gerou um excesso de investimento em todo o tipo de projetos de construção sem capacidade de gerarem retorno.

O fim deste modelo resultou numa crise no setor imobiliário chinês e deprimiu o consumo doméstico, pesando sobre o crescimento da segunda maior economia mundial.

O crescimento económico abrandou para 4,7%, em termos homólogos, no trimestre entre abril e junho, à medida que o investimento no setor imobiliário e as vendas de propriedades continuaram a cair, apesar de uma série de medidas destinadas a incentivar as famílias a comprar habitação.

A declaração de hoje reconhece a necessidade de melhorar "os meios de subsistência básicos, resolver os interesses mais diretos e realistas das pessoas e satisfazer continuamente o desejo das pessoas de uma vida melhor".

Prometeu ainda melhorias na distribuição de rendimentos, no mercado de trabalho, na segurança social e no sistema de saúde, mas não deu pormenores.

Outra prioridade é aliviar a pressão financeira sobre as administrações locais, que acumularam enormes quantidades de dívidas após a crise imobiliária ter cortado uma fonte vital de receitas fiscais provenientes da venda de direitos de utilização de terrenos.

As reuniões desta semana foram a terceira sessão plenária do Comité Central do PCC, composto por 376 membros permanentes e rotativos, incluindo líderes do governo, exército e de nível provincial.

O terceiro plenário tem historicamente sido crucial para definir grandes reformas económicas e políticas.

O mais emblemático foi o terceiro plenário de 1978, que marcou o início da política de "Reforma e Abertura", que ditou a abertura da China à economia de mercado e o fim da ortodoxia comunista. Permitiu, entre outras decisões fundamentais, que as empresas estrangeiras operassem no país.

Leia Também: Xi pede ao Partido Comunista "fé inabalável" na sua estratégia económica

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