A procuradoria-geral da Rússia pediu uma pena de prisão de 18 anos para o jornalista Evan Gershkovich, acusado de espionagem.
"Durante o debate, o Ministério Público pediu uma pena de 18 anos de prisão numa colónia penal de segurança máxima", disse o serviço de imprensa do tribunal que está a julgar Gershkovich, citado pela agência russa TASS.
O veredicto deverá ser anunciado às 17 horas locais, 12 horas em Lisboa.
O arguido "não admitiu a culpa" e exerceu o direito a uma "última oportunidade de falar" antes do veredicto, disse a porta-voz.
Gershkovich, de 32 anos, foi acusado de "recolher informações secretas" a mando da CIA sobre a Uralvagonzavod, uma fábrica situada 150 quilómetros a norte de Ecaterinburgo que produz e repara tanques e outro equipamento militar.
Nascido nos Estados Unidos e filho de imigrantes da antiga União Soviética, Gershkovich é o primeiro jornalista ocidental detido sob a acusação de espionagem na Rússia pós-soviética.
Os tribunais russos condenam mais de 99% dos arguidos e os procuradores podem recorrer de sentenças que considerem demasiado brandas, bem como de absolvições, segundo a agência norte-americana AP.
O julgamento de Gershkovich começou em 26 de junho em Ecaterimburgo, depois de ter passado cerca de 15 meses na famosa prisão de Lefortovo, em Moscovo.
Gershkovich compareceu hoje em tribunal pelo segundo dia consecutivo.
Ao contrário das sessões anteriores, em que os jornalistas foram autorizados a ver Gershkovich por breves instantes antes do início dos procedimentos, esta semana não houve acesso da imprensa à sala de audiências.
As autoridades russas não deram qualquer explicação para a decisão, mas os processos de espionagem e traição são normalmente envoltos em secretismo.
"Mesmo enquanto a Rússia orquestra o seu vergonhoso julgamento fictício, continuamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para exigir a libertação imediata de Evan", disse o WSJ num comunicado recente.
"Evan estava a fazer o seu trabalho como jornalista, e o jornalismo não é um crime. Tragam-no já para casa", exigiu o jornal.
O Departamento de Estado norte-americano declarou que Gershkovich foi "detido injustamente", comprometendo-se a procurar a sua libertação de forma assertiva.
[Notícia atualizada às 10h44]
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