O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu à condenação do jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich, que hoje ouviu de um tribunal russo uma sentença, por acusações de espionagem.
"Hoje, Evan Gershkovich foi condenado a 16 anos de prisão numa prisão russa, apesar de não ter cometido qualquer crime. Pelo contrário, foi visado pelo governo russo por ser jornalista e americano. Estamos a insistir fortemente na libertação de Evan e continuaremos a fazê-lo", começa por escrever o presidente numa comunicado publicado no site da Casa Branca.
Biden aponta ainda que tal como tem vindo a dizer - juntamente com as Nações Unidas -, "não há dúvidas de que a detenção de Evan é errada".
"O jornalismo não é um crime. Continuaremos a defender firmemente a liberdade de imprensa na Rússia e em todo o mundo, e a opor-nos a todos aqueles que procuram atacar a imprensa ou visar jornalistas", lê-se ainda na nota.
Biden considera ainda que desde que tomou posse "não teve uma prioridade mais elevada" do que fazer regressar o jornalista, assim como Paul Whelan, um militar norte-americano que também foi detido pelas autoridades russas em 2018. Ao mesmo nível que a estes dois, Biden dá ainda conta de que também tem tratado como "prioridade elevada todos os norte-americanos detidos e feitos reféns no estrangeiro".
"Evan tem tido uma força notável. Não vamos parar nos nossos esforços para o trazer para casa. E a Jill e eu estamos a rezar por Evan e pela sua família", rematou.
O jornalista, de 32 anos, foi condenado a 16 anos de prisão na Rússia após acusações de espionagem. O ministério Público tinha pedido 18 anos ainda hoje, mas Gershkovich viu a sentença 'reduzida' a 16.
As autoridades russas detiveram-no em 2023 e as acusações emitidas pela justiça russa foram rejeitadas pelo jornalista, pelos mais próximos e pelo governo dos Estados Unidos.
Gershkovich deverá cumprir a pena numa colónia penitenciária de "regime severo", ordenou o juiz Andreï Mineïev, e que devem implicar condições de detenção muito estritas, comparáveis ao "regime normal", indica a agência noticiosa AFP.
O jornalista declarou não culpado e exerceu o seu direito a um "último uso da palavra" antes do veredicto, tinha previamente indicado aos 'media' Ekaterina Maslennikova, uma porta-voz do tribunal.
Caso se decidia pela apelação, e a condenação seja confirmada, deverá de seguida ser enviado para a colónia penitenciária, num processo que se poderá prolongar por vários dias, ou semanas.
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