"Continuo totalmente empenhado. Eu não vou a lado nenhum. (...) Temos ainda de salvar esta democracia. Farei o que a Kamala [Harris] precisa que eu faça", acrescentou, durante uma chamada para a sua chefe de campanha, um dia depois de ter anunciado que desistia da corrida presidencial contra o republicano Donald Trump.
Biden interveio por telefone pouco antes da sua vice-presidente, Kamala Harris, que já endossou como candidata às eleições de 5 de novembro, comparecer na sede da sua campanha em Wilmington, Delaware.
"Prometo que terão sempre o meu apoio", realçou à sua equipa naquela teleconferência.
O presidente, de 81 anos, desistiu de se recandidatar no domingo. Disse que o estava a fazer para o bem do país e do partido e tomou esta decisão após semanas de pressão interna e externa devido ao seu fraco desempenho durante o debate eleitoral de 27 de junho contra o ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021 ) e após lapsos verbais subsequentes.
"Trump continua a ser um perigo para a comunidade e para o país", acrescentou Biden, que recordou que se mantém no cargo até à transferência de poderes em janeiro e que durante este período pretende fazer o máximo trabalho que puder.
Para o chefe de Estado norte-americano, um dos focos deve ser o fim da guerra em Gaza.
"Tenho trabalhado em estreita colaboração com os israelitas e os palestinianos para tentar ver como podemos acabar com a guerra em Gaza e trazer todos os reféns para casa", frisou.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, inicia hoje uma visita a Washington, na qual deverá discursar na quarta-feira perante ambas as câmaras do Congresso.
Biden está com covid-19 e até testar negativo não tem qualquer evento na sua agenda.
Harris aceitou a candidatura no domingo e deverá ver a nomeação aprovada na convenção nacional que o Partido Democrata vai realizar em Chicago entre 19 e 22 de agosto e onde precisa do voto de 1.976 delegados.
Nestas primeiras 24 horas desde que Biden recuou na candidatura, já obteve o apoio de 1.034 e conseguiu angariar mais de 81 milhões de dólares, um recorde na atual campanha que faz antecipar que tem caminho aberto para a sua nomeação no próximo mês.
"Todos nós aqui enfrentamos a questão de saber em que tipo de país queremos viver. Um país de liberdade, compaixão e respeito pela lei ou um país de caos, medo e ódio", realçou Kamala Harris, contrastando a sua visão para o futuro com a do seu adversário republicano e garantindo que quando se luta por esses objetivos, ganha-se.
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