Kamala atinge recorde de doações em menos de 24h. Quem é a vice de Biden?
Além do apoio do chefe de Estado, a vice-presidente acumulou também o aval da antiga líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e de todos os governadores democratas do país, alguns dos quais que tinham sido apontados como possíveis candidatos.
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Mundo EUA
Em menos de 24 horas, a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, não só amealhou os apoios necessários para garantir a nomeação como candidata presidencial do Partido Democrata nas eleições de novembro, como arrecadou um recorde de mais de 81 milhões de dólares em doações (cerca de 74 milhões de euros). Este valor é, segundo a imprensa internacional, o maior montante angariado nesse período por qualquer um dos partidos nesta corrida à Casa Branca.
De facto, Harris, que anunciou a candidatura na segunda-feira, depois de o presidente Joe Biden ter renunciado a reeleição, é já a principal candidata dos Democratas.
Além do apoio do chefe de Estado, a responsável acumulou também o aval da antiga líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e de todos os governadores democratas do país, alguns dos quais que tinham sido apontados como possíveis candidatos.
"[Estou] orgulhosa por ter conseguido o amplo apoio necessário. […] Estou ansiosa por aceitar formalmente esta nomeação em breve", reagiu, na segunda-feira, em comunicado.
Se apenas um candidato alcançar as 300 assinaturas, a votação virtual pode já realizar-se a 1 de agosto, segundo adiantaram responsáveis do partido a meios de comunicação locais. Contudo, caso surjam mais candidatos, a votação terá lugar dias mais tarde, ainda que seja garantido que estará concluída até 7 de agosto.
Mas há outros possíveis nomes na corrida? Sim, há
É que, além de Harris, outros quatro democratas podem tornar-se possíveis companheiros de corrida, segundo uma análise da Associated Press. Entre eles está o governador do Kentucky, Andy Beshear, que exibiu um estilo disciplinado e tenaz ao vencer a reeleição no ano passado e derrotar o então procurador-geral Daniel Cameron.
Apoiante do direito ao aborto, o responsável de 46 anos adaptou a sua mensagem para reagir contra o que considerou ser uma proibição extrema que carece de exceções para vítimas de violação e incesto.
Por seu turno, o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, venceu seis eleições gerais estaduais ao longo de duas décadas, num Estado onde os republicanos prevalecem rotineiramente em disputas federais semelhantes e também controlam a legislatura.
Aos 67 anos, recebeu fortes índices de aprovação para o cargo de governador, beneficiando de uma economia estatal em expansão, pela qual a sua administração e os legisladores recebem crédito. Retrata-se, além disso, como um lutador pela educação pública e pelo direito ao aborto.
Já o senador do Arizona, Mark Kelly, aproveitou a sua carreira como astronauta para construir uma marca de moderado num Estado que há muito apoia os republicanos. Nas suas duas campanhas - a primeira em 2020 para terminar o mandato do falecido senador republicano John McCain e a segunda dois anos depois para um mandato completo - Kelly obteve mais votos do que qualquer outro democrata nas urnas. E, de facto, superou Biden, que venceu por pouco o Arizona, em dois pontos percentuais, em 2020.
Por fim, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, encontra-se a meio do seu segundo ano no cargo, depois de ter vencido facilmente as suas últimas eleições ao derrotar um candidato de extrema-direita apoiado por Trump. O responsável 51 anos tem apoiado Biden em aparições nas cadeias de televisão por cabo, e tem anos de experiência em fazer de Trump o foco dos seus ataques, primeiro como procurador-geral do Estado e agora como governador.
Shapiro, que é judeu, confrontou agressivamente o que considerou ser antissemitismo nas manifestações pró-palestinianas e professou solidariedade com Israel no seu esforço para eliminar o Hamas. É, também, um defensor acérrimo do direito ao aborto na Pensilvânia e promove rotineiramente as suas vitórias em tribunal contra Trump, incluindo a rejeição de contestações aos resultados das eleições de 2020.
E quem é Kamala Harris?
Com um currículo na área judicial, a política, nascida em Oakland há 59 anos, perfila-se como o nome mais forte do Partido Democrata para defrontar Donald Trump em novembro, depois de ter recebido o apoio de Joe Biden, uma declaração que poderá ser decisiva na convenção do partido, já que a esmagadora maioria dos delegados apoia a 'ticket' Biden/Kamala.
Antes de ter sido senadora, entre 2017 e 2021, Kamala Harris atuou como procuradora-geral da Califórnia, de 2011 a 2017, um papel elogiado pelos moderados pelo seu pulso forte na gestão do crime e justiça, mas também criticado pela ala esquerda do partido por ter levado ao encarceramento de afrodescendentes em grande número, acima da média nacional.
Filha de uma indiana e de um jamaicano, Harris opôs-se sempre às políticas de Trump e propôs-se como candidata do partido em 2020, com críticas ao atual Presidente, Joe Biden, então também candidato.
Foi a segunda negra eleita para o Senado dos Estados Unidos e, caso seja a escolhida pelos democratas, Kamala será a primeira mulher afrodescendente e de origem indiana como candidata presidencial.
Na sua campanha interna, Kamala Harris propôs o controlo mais forte das armas de fogo, a legalização da marijuana, aumento do salário mínimo, a redução de impostos para a classe média e o combate às alterações climáticas. Após eleita, ficou responsável pela política migratória da administração norte-americana, fortemente criticada pelos republicanos.
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