João Lourenço, que falava à comunicação social, após um encontro com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e a assinatura de instrumentos jurídicos entre as delegações dos dois países, realçou o facto de ser a primeira visita de Montenegro a Angola, pouco depois dos primeiros cem dias de governação e três meses depois de estarem juntos em Lisboa para celebrar o 25 de abril.
Um facto "que reflete a importância que Portugal dá as relações de amizade e cooperação com um país membro da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] que é Angola", disse o Presidente angolano, sublinhando que os dois países, nos bons e nos maus momentos, estiveram sempre juntos.
"Apoiámos-mos mutuamente nos bons momentos e maus momentos de Angola e de Portugal e é assim que a nossa relação vai continuar, é uma relação entre Estados, não é entre partidos políticos", continuou, destacando que quem tem responsabilidade de definir a força política que vai governar em cada país são os respetivos eleitores.
"Só temos de respeitar a vontade dos eleitores. [Nós] temos sabido respeitar esse princípio de que as relações são entre Estados, razão pela qual, ao longo de estes 50 anos [de independência], independentemente de quem está no poder num país ou no outro, quase não se sente esta mudança de cadeiras", enfatizou.
João Lourenço indicou que, com Portugal, Angola tem desenvolvido relações de cooperação que abrangem praticamente todos os domínios da economia e encorajou a mais investimento privado português no seu país, nomeadamente no campo das infraestruturas públicas, já que uma economia de mercado deve dar maior espaço ao setor privado.
João Lourenço afirmou que todas as empresas portuguesas são bem-vindas em Angola e que também há interesse em que as empresas angolanas cresçam e se internacionalizem passando por Portugal.
O chefe de Estado angolano falou também sobre o incremento da linha de crédito em mais 500 milhões de euros, hoje anunciado pelo primeiro-ministro português, adiantando que já foi tomada a decisão sobre o destino a dar a essa verba, que não quis revelar.
João Lourenço corrigiu também o número de instrumentos jurídicos que foram assinados esta manhã, de oito para 12, dizendo que nas últimas horas foram concluídos mais quatro acordos, o que é demonstrativo da importância das relações entre os dois países.
Por outro lado, e aproveitando a ida de Montenegro à Feira Internacioal de Luanda (Filda), na quarta-feira, onde terá oportunidade de interagir com expositores portugueses, e a Benguela, na quinta-feira, onde poderá ver projetos executado por empresas portuguesas, João Lourenço assinalou que há um "espetro muito grande de oportunidades por explorar".
"Este esforço comum deve ser constante para tirar o maior proveito das potencialidades dos dois países", destacou.
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