EUA garantem que acordo de cessar-fogo em Gaza está "quase concluído"

As negociações para um acordo de cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns estão "quase concluídas", adiantou na quarta-feira um alto funcionário norte-americano, na véspera das discussões entre o Presidente Joe Biden e o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu.

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Lusa
25/07/2024 06:42 ‧ 25/07/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Biden irá procurar preencher algumas "lacunas finais" quando receber hoje Netanyahu na Casa Branca, mas elementos-chave, incluindo o destino dos reféns, permanecem sob a alçada do Hamas, explicou este responsável norte-americano, que falou à agência France-Presse (AFP) sob condição de anonimato.

 

"Acreditamos que está perto da conclusão e que se pode chegar a um acordo", frisou.

Deve haver "muita atividade na próxima semana" para se chegar a um acordo, acrescentou.

A mesma fonte explicou ainda que um acordo "não é apenas possível, mas essencial e necessário".

Uma possível trégua depende agora de um pequeno número de questões sobre como um acordo entraria em vigor, uma vez que o Hamas suavizou a sua exigência de uma retirada total de Israel, frisou a autoridade norte-americana.

O responsável desvalorizou um discurso de Netanyahu na quarta-feira ao Congresso dos Estados Unidos, no qual Netanyahu prometeu "vitória total", dizendo que as negociações com Biden se concentrariam mais em formas de implementar um acordo.

No seu discurso no Congresso, o primeiro-ministro israelita disse estar confiante sobre o resultado das negociações para libertar os reféns detidos pelo Hamas.

Netanyahu disse que Israel enfrenta uma guerra entre aqueles que "glorificam a morte e santificam a vida", ao mesmo tempo que enquadrou a luta contra o Hamas como um conflito mais vasto em todo o Médio Oriente.

Na sua visão para o território, afirmou que "a desmilitarização e desradicalização de Gaza" podem conduzir "a um futuro de segurança, prosperidade e paz", e pediu aos Estados Unidos mais armas para "acelerar o fim da guerra" no enclave, além de unidade face ao "eixo de terror" alegadamente patrocinado pelo Irão.

O primeiro-ministro israelita não fez qualquer referência à formação de um governo único para a Faixa de Gaza e para a Cisjordânia, ou à criação de um Estado palestiniano independente, que são os planos oficiais dos Estados Unidos.

Netanyahu foi convidado para o seu quarto discurso perante o Congresso dos Estados Unidos numa demonstração de apoio face às tensões entre a administração de Joe Biden e o Governo israelita devido à forma como está a levar a cabo a ofensiva na Faixa de Gaza.

O discurso de Netanyahu foi também assinalado por fortes protestos de milhares de manifestantes junto do edifício do Capitólio contra a invasão da Faixa de Gaza por Israel em perseguição do Hamas e que já provocou nos últimos nove meses cerca de 40 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais.

De acordo com a agência Associated Press (AP) e a cadeia televisiva CNN, dezenas de congressistas, sobretudo democratas, faltaram ao discurso do chefe do Governo israelita, enquanto outros aplaudiram-no efusivamente e outros ainda usaram 't-shirts' a exigir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e perto de 90 mil feridos, bem como um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Leia Também: Mais de 120 mortos na ofensiva israelita em Khan Younis

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