Na decisão, suscetível de recurso, o juiz Juan Carlos Peinado indicou que Pedro Sánchez foi convocado na qualidade de marido de Begona Gómez e não como primeiro-ministro, já que isso implicaria um depoimento por escrito.
No entanto, o juiz de Madrid especifica que, se considerar que pode colaborar "eficazmente" com a justiça, transmitindo "factos relevantes de que tenha tido conhecimento em virtude do seu cargo" de presidente do governo, Sánchez pode comunicar-lho na terça-feira e, assim, prestar um novo depoimento escrito.
Um recurso a esta decisão pode ser apresentado num prazo de três dias.
Depois de ter sido convocado como testemunha, Sánchez enviou uma carta ao juiz, na passada quarta-feira, na qual garantia a sua disponibilidade para colaborar com a justiça, mas afirmava que, na sua qualidade de chefe do executivo e de acordo com a lei, o seu depoimento deveria ser prestado por escrito.
"É sabido que a minha comparência é indissociável do meu estatuto de presidente do governo", argumentou sobre a convocatória no âmbito da investigação da sua mulher por corrupção e tráfico de influências.
Respondendo que o enquadramento legal invocado diz respeito a declarações por factos conhecidos no âmbito do cargo, o juiz manteve a decisão para Sánchez prestar declarações "nos mesmos termos e condições" referidos na semana passada.
Antes de Peinado ter proferido esta decisão, o Ministério Público enviou uma carta ao juiz para indicar que pretendia estar presente no depoimento de Sánchez na Moncloa.
O magistrado ainda não se pronunciou sobre os recursos apresentados pela defesa de Begoña Gómez e pelo Ministério Público contra a convocação de Sánchez como testemunha.
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