"Querida Ursula, há poucos dias, como tem acontecido todos os anos desde 2020, a Comissão Europeia publicou o seu Relatório Anual sobre o Estado de Direito na UE", lê-se na carta.
"As recomendações finais à Itália não diferem, particularmente, das dos anos anteriores, no entanto, pela primeira vez, o conteúdo deste documento foi distorcido para uso político por alguns, numa tentativa de atacar o Governo italiano, de que está em risco em Itália a liberdade de informação, em particular na [emissora estatal] RAI".
A carta afirma que alguns artigos dos meios de comunicação social sobre as partes do relatório relativas a Itália eram "ataques desajeitados e especiosos que só podem ocorrer no contexto desolador do uso recorrente de notícias falsas que poluem cada vez mais o debate na Europa".
"É uma pena que nem o relatório da Comissão sobre o Estado de direito e, em particular, sobre a liberdade de informação no serviço público de radiodifusão tenha sido separado pelos profissionais da desinformação e da mistificação", escreveu Meloni.
"O atual Governo e a maioria parlamentar que o apoia ainda não fizeram uso da regulamentação em vigor para a renovação dos quadros superiores (da RAI)", acrescenta.
"Os atuais membros do conselho de administração da RAI foram nomeados na última legislatura por uma maioria, da qual a [coligação] Irmãos de Itália (FdI) não fazia parte, pelo que é difícil perceber como é que este Governo pode ser acusado de alegada interferência política de gestão na RAI".
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