"Em vez de procurar justiça para os assassínios em massa cometidos pelas forças de segurança, os estudantes foram cruelmente ridicularizados", criticou Mahin Sarker, um dos dirigentes da associação de estudantes, num comunicado.
Desde o início do mês que os protestos estudantis contra as quotas de emprego na função pública mataram pelo menos 205 pessoas, transformando os confrontos entre os mais mortíferos desde a chegada ao poder da primeira-ministra, Sheikh Hasina, há 15 anos, segundo a agência noticiosa France-Presse.
Para restabelecer a ordem, o governo mobilizou o exército, cortou o acesso à Internet e impôs um recolher obrigatório.
Segundo o jornal Daily Star, mais de 10.000 pessoas foram presas desde o início da violência.
Os grupos de defesa dos direitos humanos, a ONU e a União Europeia, em particular, criticaram o uso excessivo da força.
"A prisão em massa e a detenção arbitrária de estudantes manifestantes é uma caça às bruxas das autoridades para silenciar todos aqueles que desejam desafiá-las", afirmou Smriti Singh, da Amnistia Internacional, em comunicado.
Os protestos começaram após a reintrodução, em junho, de um sistema que reserva mais de metade dos empregos na função pública a determinados candidatos, incluindo quase um terço aos descendentes dos veteranos da guerra de independência do país.
Com cerca de 18 milhões de jovens no desemprego, segundo dados do governo, esta decisão foi muito mal acolhida pelos licenciados.
Os críticos encaram as quotas como uma forma de reservar lugares para os próximos do partido da chefe do executivo, a Liga Awami.
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