Hamas promete: morte de líder "não vai ficar impune"
O grupo islamita palestiniano Hamas responsabilizou hoje Israel pelo assassínio do chefe do gabinete político da organização, Ismail Haniyeh, em Teerão, e disse que esta morte "não vai ficar impune".
© Fatemeh Bahrami/Anadolu via Getty Images
Mundo Médio Oriente
Também a Autoridade Palestiniana (ANP) e países como Irão, Turquia e Rússia juntaram-se ao coro de vozes que condenaram a morte do líder.
Haniyeh "morreu em resultado de um ataque sionista traiçoeiro", lê-se num comunicado do Hamas, informou a agência de notícias iraniana Tasnim.
Também o líder da ANP, Mahmud Abbas, e o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, condenaram a morte de Haniyeh.
Abbas, que governa partes da Cisjordânia ocupada, "condenou veementemente o assassínio do líder do Hamas e considerou-o um ato cobarde e um acontecimento perigoso", informou a agência de notícias oficial palestiniana Wafa.
Além disso, "apelou às massas e às forças do povo palestiniano para a unidade, a paciência e a firmeza face à ocupação israelita".
Al-Sheikh, por seu lado, descreveu "o assassínio" de Haniyeh como "um ato cobarde".
"Obriga-nos a permanecer mais firmes diante da ocupação", sublinhou nas redes sociais.
O Hamas, que está em guerra com Israel desde 07 de outubro de 2023, disse hoje que Haniyeh foi morto num ataque atribuído a Israel, em Teerão, onde se encontrava de visita oficial para assistir à tomada de posse do novo Presidente do país, Masud Pezeshkian.
Até ao momento, as autoridades israelitas não reivindicaram a autoria do atentado nem confirmaram a morte de Haniyeh.
Numa reação, o Irão afirmou que a morte de Haniyeh vai servir para reforçar os laços entre o país e o povo palestiniano.
"O martírio do irmão Ismail Haniyeh em Teerão reforçará os laços profundos e inquebráveis entre a República Islâmica do Irão e a amada Palestina e a Resistência", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kan'ani, citado pela agência de notícias oficial Mehr.
Kan'ani expressou ainda "condolências pelo martírio de Ismail Haniyeh".
Outros países já reagiram à morte do chefe do Hamas, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, que denunciar um "inaceitável assassínio político".
A Turquia condenou o "desprezível assassínio" de Haniyeh, um aliado próximo do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Mais uma vez, ficou demonstrado que o governo de Netanyahu não tem qualquer intenção de alcançar a paz", escreveu o gabinete do chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan.
Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al-Shati, na Faixa de Gaza ocupada pelo Egito em 1962. Estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o Hamas. Licenciou-se em literatura árabe em 1987.
Foi escolhido para dirigir um gabinete do Hamas em 1997 e em 2006 liderava a lista do movimento que ganhou as eleições legislativas palestinianas, transformando-se no primeiro-ministro de um governo de unidade com o Fatah de Mahmud Abbas.
As divergências entre as duas formações terminaram com a expulsão do Fatah de Gaza e a tomada do poder no enclave pelas forças fundamentalistas, governado pelo Hamas desde 2007.
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