Os comentários de Petro seguiram-se a duras críticas da comunidade internacional a Maduro e ao seu Conselho Nacional Eleitoral, fiel ao partido no poder, que ainda não divulgou quaisquer resultados ao nível dos centros de votação, como fez em eleições anteriores.
O principal adversário de Maduro, Edmundo González, e a líder da oposição, Maria Corina Machado, afirmam que a divulgação desses números mostraria que o Presidente perdeu a eleição.
"As sérias dúvidas que surgiram em torno do processo eleitoral venezuelano podem levar o seu povo a uma profunda polarização violenta com sérias consequências de divisão permanente", disse Petro, numa publicação na rede social X.
"Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e com a supervisão de todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional", afirmou ainda.
Petro propôs "respeitosamente" que o Governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana cheguem a um acordo para permitir "o máximo respeito pela força que perdeu as eleições".
"Tal acordo poderia ser apresentado como uma Declaração Unilateral de Estado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas", sugeriu.
O líder colombiano apelou à administração norte-americana para que levante "o bloqueio" contra a Venezuela, bem como as sanções contra alguns dos seus cidadãos.
"É uma medida anti-humana que só traz mais fome e mais violência do que já existe e promove o êxodo em massa dos povos", lamentou.
Petro aproveitou a oportunidade para salientar que "tudo o que acontecer na Venezuela afetará a Colômbia e vice-versa".
"Tal como o governo venezuelano ajudou a paz na Colômbia, agora este Governo que represento quer ajudar a paz na Venezuela", afirmou.
Eleito no verão de 2022 como o primeiro Presidente de esquerda da história da Colômbia, Petro restabeleceu relações diplomáticas com a Venezuela chavista após anos de fortes tensões entre os dois países. Mantém relações bastante cordiais com o seu homólogo Nicolas Maduro.
A Venezuela realizou no domingo eleições em que, segundo as autoridades, o Presidente Nicolás Maduro venceu com pouco mais de 51 por cento dos votos, embora não existam resultados oficiais públicos.
Grande parte da comunidade internacional manifestou dúvidas sobre a legalidade dos resultados e a oposição reclama a vitória do seu candidato, Edmundo González.
Os resultados oficiais têm sido contestados nas ruas, com manifestações em várias cidades da Venezuela, em que já se registaram mortos e centenas de detidos.
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