"O Governo brasileiro condena veementemente o assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrido hoje, 31/7, em Teerão", lê-se num comunicado emitido pelo Ministério da Relações Exteriores do Brasil.
O país sul-americano repudiou o desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irão, ato que considerou ser uma "clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas", e também defendeu que "atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio".
Haniyeh foi morto nesta quarta-feira em Teerão num ataque atribuído a Israel pelo movimento islamita palestiniano e pelo Irão, que prometeu vingar a sua morte, levantando receios de uma escalada do conflito no Médio Oriente.
O Governo brasileiro não citou o Governo de Israel, mas considerou que o ataque dificultará ainda mais as possibilidades de uma solução política para o conflito em Gaza por impactar negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas sequestrados pelo Hamas.
"O Brasil reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades", diz o comunicado.
"O Governo brasileiro reitera que, para interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio, é essencial implementar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em cumprimento à Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas", concluiu o mesmo documento.
O Hamas e outros movimentos islamistas palestinianos estão em guerra com Israel desde 07 de outubro de 2023, depois de terem atacado o território israelita, matando cerca de 1.200 pessoas e feito reféns cerca de 250 pessoas.
Em resposta, Israel lançou uma campanha de bombardeamento contra a Faixa de Gaza que, até à data, já provocou mais de 39.400 mortos e envolveu também o Hezbollah e os Huthis do Iémen, que, entre outros, integram a aliança informal anti-israelita, denominada "Eixo da Resistência", liderada por Teerão.
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