O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que "um cessar-fogo completo e permanente em Gaza deve ser alcançado o mais rapidamente possível para evitar uma maior deterioração do conflito".
Em resposta a uma pergunta sobre se a morte de Haniyeh poderia afetar a declaração assinada pelo Hamas, na semana passada, em Pequim, na qual se compromete com outras fações palestinianas a formar um governo, Lin Jian disse que "a China sempre apoiou a reconciliação palestiniana" e que a sua concretização "é um passo importante para resolver a questão palestiniana e alcançar a paz" na região.
O porta-voz afirmou que Pequim espera que as fações palestinianas "concretizem o estabelecimento de um Estado palestiniano independente com base na reconciliação interna".
"A China sempre esteve empenhada em manter a paz e a estabilidade no Médio Oriente e opõe-se à interferência estrangeira", disse o porta-voz, acrescentando que Pequim está "disposta a trabalhar com todas as partes envolvidas para fazer esforços no sentido de promover a estabilidade a longo prazo na região".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês expressou na quarta-feira a sua "oposição e condenação" após o "ato de assassinato" do líder da organização palestiniana.
Haniyeh "morreu em resultado de um ataque sionista traiçoeiro", afirmou um comunicado do Hamas, que garantiu que Israel "não ficará impune".
O líder político do Hamas, que vivia em auto-exílio no Qatar, estava de visita a Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do reformista Masoud Pezeshkian como presidente do Irão.
Na declaração assinada na semana passada em Pequim, o Hamas comprometeu-se com a formação laica da Fatah, com a qual está em conflito desde 2007, e com outras fações palestinianas a formar um "governo temporário de unidade nacional" com autoridade sobre todos os territórios palestinianos (Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental).
O representante do Hamas em Pequim para a assinatura deste acordo foi o líder sénior Moussa Abu Marzouk.
Os signatários, incluindo a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), comprometeram-se a manter a aplicação destes acordos "para acabar com a divisão" entre eles, que foram alcançados graças à mediação da China e de outros países como o Egipto, a Argélia e a Rússia.
A China reiterou várias vezes o seu apoio à "solução dos dois Estados", mostrando a sua "consternação" perante os ataques israelitas contra civis em Gaza, e os seus funcionários realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.
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