Rússia liberta Gershkovich e Paul Whelan em troca de prisioneiros com EUA
A Rússia libertou o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro Paul Whelan, bem como o britânico Vladimir Kara-Murza, em troca de prisioneiros russos detidos nos Estados Unidos. Troca está a ser coordenada pela Turquia.
© Reuters
Mundo EUA/Rússia
O Kremlin libertou o jornalista Evan Gerskovich e o ex-fuzileiro Paul Whelan, ambos cidadãos norte-americanos a cumprir pena de prisão na Rússia, por espionagem, numa troca de prisioneiros que verá reclusos russos nos Estados Unidos serem reciprocamente libertados. Também o russo-britânico Vladimir Kara-Murza foi libertado.
A informação é avançada pela Bloomberg, que cita fontes anónimas e que diz que ambos os norte-americanos já estão a caminho de locais fora da Rússia. Outros meios de comunicação internacional, como a Euronews e a ABC News, também avançaram a notícia.
Não são ainda conhecidos mais detalhes sobre as negociações, nomeadamente as identidades dos prisioneiros russos a serem libertados ou quando acontecerá oficialmente a troca.
A libertação mútua de prisioneiros envolverá vários países, diz ainda a Bloomberg, não ficando ainda claro quais serão as nações envolvidas.
Até ao momento, nem o governo russo, nem o governo norte-americano comentaram oficialmente a notícia.
A agência Reuters avançou, entretanto, que um avião do governo russo aterrou em Ancara, na Turquia, após a Agência Nacional de Inteligência da Turquia (MIT) ter avançado que estava a coordenar uma ampla troca de prisioneiros.
Não ficou claro, porém, quem seguia a bordo da aeronave.
Maior troca de prisioneiros entre EUA e Rússia desde o fim da Guerra Fria
Gershkovich foi detido a 29 de março de 2023, em Yekaterinburg, ao passo que Whelan foi detido em dezembro de 2018. Ambos estão a cumprir penas de prisão de 16 anos, por espionagem.
A especulação sobre uma troca iminente de prisioneiros aumentou nos últimos dias, após vários relatos de "desaparecimentos" de reclusos influentes na relação EUA-Rússia das suas celas. Entre eles estão os ativistas Vladimir Kara-Murza, Oleg Orlov e Lilia Chanysheva, bem como figuras ligadas ao opositor russo Alexei Navalny, que morreu em fevereiro deste ano.
Na quarta-feira, o jornal The Moscow Times dava conta que a Rússia poderia estar prestes a libertar entre 20 e 30 presos políticos numa troca de prisioneiros histórica com o Ocidente.
Citando uma fonte próxima, o meio de comunicação russo sugere que esta poderá ser a maior troca de prisioneiros entre estes dois protagonistas mundiais desde o fim da Guerra Fria.
Em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não tinha "qualquer comentário" a fazer sobre o assunto.
Já segundo a agência de notícias Associated Press (AP), a Rússia está fortemente interessada em recuperar Vadim Krasikov, que foi condenado na Alemanha, em 2021, pela morte de um antigo rebelde checheno num parque em Berlim, dois anos antes, alegadamente por ordem dos serviços de segurança de Moscovo.
[Notícia atualizada às 15h02]
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