Puigdemont dá como certo que será detido quando regressar a Espanha

O ex-presidente catalão Carles Puigdemont deu hoje como certo que será detido quando regressar a Espanha, o que prometeu fazer quando, "dentro de poucos dias", tiver lugar o debate de investidura no parlamento.

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© REUTERS/Yves Herman

Lusa
03/08/2024 11:35 ‧ 03/08/2024 por Lusa

Mundo

Puigdemont

"Se eles conseguirem, imagino o que me espera e sei o que tenho de fazer", afirmou Puigdemont, que reside na Bélgica, numa carta de três páginas publicada na rede social X (antigo Twitter).

 

O antigo presidente da Catalunha assume que, se for detido - tem um mandado de captura nacional, depois de não lhe ter sido aplicada a amnistia pelo crime de peculato -, a sua estada na prisão poderá ser longa.

"Sei que o meu regresso pode levar à detenção e à prisão, sabe-se lá por quanto tempo", diz Puigdemont, que garante que não se deixará usar como "objeto de negociação" ou que a sua eventual prisão servirá para "pagar qualquer decisão política que implique a desistência da luta" pela independência da Catalunha.

Puigdemont salienta que o facto "relevante" se for detido será "a prova de que em Espanha as amnistias não amnistiam, que há juízes dispostos a desobedecer à lei e que o Governo espanhol olha para ela com a indolência dos resignados".

"Quem pensa que isto não terá consequências está enganado. Ver-me preso é o sonho frustrado dos perseguidores espanhóis há sete anos. Para isso, terão de violar muitas coisas", continua, antes de considerar que esta "atitude antidemocrática e iliberal do aparelho de Estado não é inconsequente" para a causa da independência.

O antigo presidente, líder da Junts, denuncia ter sido objeto de "um golpe de Estado híbrido", em que "os poderes do Estado usaram um nível de violência política incompatível com a democracia".

Ao mesmo tempo assegura que defenderá a independência "sem qualquer renúncia", ou seja, através de "negociação bilateral quando as condições estiverem reunidas" ou com "ação unilateral quando for a única alternativa ao alcance".

Puigdemont afirma ainda que, se a amnistia não lhe for aplicada, é porque os juízes "não cumprem" a lei, que tem uma redação que "fecha a porta a interpretações perversas", pelo que acusa a magistratura de estar "em rebelião contra as instituições democráticas".

A carta surge um dia depois de as bases da Esquerda Republicana da Catalunha (em catalão: Esquerra Republicana de Catalunya, ERC) terem votado, com 53,5% de apoio, no socialista Salvador Illa para presidente, uma decisão que "torna a detenção uma possibilidade real dentro de alguns dias", segundo Puigdemont.

O ex-presidente catalão acusa a ERC de ter empreendido "campanhas de difamação" contra ele nos últimos anos e garante que um executivo presidido por Illa seria "um Governo de caráter espanholista", "alérgico à normalização total da língua catalã e que não terá qualquer capacidade real de negociação com o Governo espanhol para resolver um conflito histórico". 

Leia Também: Carles Puigdemont pede amnistia no caso do 'Tsunami Democrático'

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