"O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados", disse, ao lado do seu homólogo chileno, Gabriel Boric, no palácio La Moneda, sede do Governo do Chile, Lula da Silva, depois de recordar a nota conjunta do Brasil, Colômbia e México sobre as eleições venezuelanas.
"O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre Governo e oposição", acrescentou o chefe de Estado brasileiro.
Esta é a primeira declaração pública de Lula da Silva sobre a Venezuela, depois de os Governos do Brasil, México e Colômbia terem intensificado os seus esforços diplomáticos para resolver a crise e terem apelado às autoridades eleitorais venezuelanas, num comunicado de quinta-feira, para que publiquem "rapidamente" os dados "discriminados por secção de voto".
Boric, o primeiro líder internacional a exigir transparência na publicação dos resultados, evitou referir-se à crise venezuelana durante a sua declaração pública com Lula da Silva em La Moneda.
Na sexta-feira, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) divulgou um segundo e último balanço no qual ratificou a vitória de Nicolas Maduro com 51,95% dos votos, enquanto o ex-diplomata Edmundo González Urrutia obteve 43,18% do apoio, mas ainda não publicou as atas que comprovam os resultados.
A oposição e parte da comunidade internacional suspeitam que o Governo 'chavista' cometeu fraude e países como os Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Perú já reconheceram González Urrutia como vencedor.
A União Europeia subiu o tom no domingo e disse, num comunicado divulgado pelo Conselho Europeu, que "sem provas" os resultados publicados "não podem ser reconhecidos", embora não tenha proclamado a vitória do antigo diplomata da oposição.
Na sequência da proclamação de Maduro, eclodiram protestos em Caracas e noutras cidades, com 11 civis mortos, de acordo com organizações de direitos humanos, e mais de 2.000 detidos.
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