O ex-presidente norte-americano Barack Obama afirmou, esta terça-feira, que ele e a sua esposa, Michelle Obama, não poderiam estar "mais felizes" por Tim Walz, o escolhido para número dois da candidata democrata à presidência dos EUA Kamala Harris.
"Tal como a vice-presidente Harris, o governador Tim Walz acredita que o governo trabalha para nos servir. Não apenas alguns de nós, mas todos nós", começou por escrever Obama, na legenda de um comunicado divulgado na rede social X (antigo Twitter).
"É isso que faz dele um excelente governador, e é isso que fará dele um vice-presidente ainda melhor. Michelle e eu não poderíamos estar mais felizes por Tim e Gwen, pela sua família e pelo nosso país", acrescentou.
No comunicado, que é também assinado por Michelle Obama, o casal refere que este tipo de escolha de um candidato presidencial diz muito "sobre quem são e sobre que tipo de presidente" serão. Assim, entendem que ao escolher Tim Walz, Kamala Harris deixa claro aquilo em que acredita.
Além disso, destacam que Tim Walz não só tem "experiência para ser vice-presidente", como tem os "valores e integridade" para os "orgulhar".
Like Vice President Harris, Governor @Tim_Walz believes that government works to serve us. Not just some of us, but all of us. That’s what makes him an outstanding governor, and that’s what will make him an even better vice president. Michelle and I couldn’t be happier for Tim… pic.twitter.com/s0RmVs7bGL
— Barack Obama (@BarackObama) August 6, 2024
Walz, governador do estado norte-americano do Minnesota, era um de três políticos democratas nos quais Kamala Harris tinha focado a sua busca por um parceiro de candidatura, sendo os outros o governador da Pensilvânia Josh Shapiro e o senador do Arizona Mark Kelly.
Embora não seja muito reconhecido fora das fronteiras do seu estado, Walz distinguiu-se nas últimas semanas pelas suas repetidas farpas contra Donald Trump e contra a sua equipa, que descreve como um grupo de "tipos estranhos".
Nascido no estado do Nebraska, Walz passou muitos anos no mundo do ensino, principalmente como professor de geografia e treinador de futebol americano, que ensinou durante alguns meses na China, logo após os acontecimentos de Tiananmen na primavera de 1989.
"O facto de poder frequentar uma escola secundária chinesa nesse momento crucial pareceu-me relevante", confidenciou anos mais tarde perante uma comissão do Congresso norte-americano, onde serviu durante 12 anos.
Quando circularam os primeiros rumores sobre a sua nomeação como candidato a vice-presidente na equipa de Kamala Harris, alguns internautas questionaram-se sobre se esta dupla teria realmente a mesma idade, acompanhando as suas mensagens com uma foto de Tim Walz, careca.
Em janeiro de 2019, Tim Walz tornou-se governador do Minnesota, estado da região dos Grandes Lagos, que faz fronteira com o Canadá.
Quase um ano depois, foi obrigado a lidar com duas grandes crises: a pandemia de covid-19 e a morte do afro-americano George Floyd, asfixiado enquanto estava sob custódia policial.
Por causa deste episódio, Minneapolis, a maior cidade do estado do Minnesota, foi o epicentro de um enorme movimento de manifestações antirracistas que abalaram a América durante vários meses.
Os republicanos acusam este governador de ser demasiado negligente na gestão do crime, enquanto os democratas, pelo contrário, elogiam o seu historial na proteção do direito ao aborto.
Após a decisão do Supremo Tribunal, em junho de 2022, que anulou a proteção constitucional do aborto, Tim Walz empenhou-se em tornar o seu estado num santuário para mulheres que procuravam fazer um aborto.
Uma clínica, localizada no estado vizinho do Dakota do Norte, que é muito mais repressivo neste tema, mudou-se mesmo para o seu lado da fronteira.
Em março de 2024, Walz participou na primeira viagem de um vice-Presidente a uma clínica de aborto, ao lado de Kamala Harris, com quem espera agora entrar na Casa Branca.
[Notícia atualizada às 17h14]
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