Uma mulher americana que foi encontrada acorrentada a uma árvore "a gritar" numa floresta no estado indiano de Maharashtra, no oeste do país, tinha-se amarrado a si própria, disseram a polícia e o seu médico à BBC.
Lalita Kayi, de 50 anos, foi resgatada há cerca de 10 dias das densas florestas do distrito de Sindhudurg, depois de os seus gritos de socorro terem sido ouvidos por pastores.
Segundo a BBC, num depoimento escrito à polícia, alegou que o marido a tinha "acorrentado e deixado na floresta para morrer sem comida nem água".
Kayi, que está a receber tratamento num centro psiquiátrico, não se pronunciou publicamente. À BBC, a embaixada dos EUA também se recusou a comentar, invocando o seu direito à privacidade.
A descoberta de Kayi chocou a Índia e a polícia constituiu várias equipas para investigar como é que ela se encontrava na floresta.
Saurabh Agarwal, superintendente da polícia de Sindhudurg, disse à BBC na terça-feira que Kayi tinha agora dito que não era casada e que provavelmente estava a sofrer de alucinações quando prestou o seu primeiro depoimento.
Mystery surrounds US woman found starving and chained to tree in India https://t.co/gR7ORwNQDQ
— BBC News (World) (@BBCWorld) August 3, 2024
A polícia disse que ela estava angustiada porque o seu visto tinha acabado e estava a ficar sem dinheiro, por isso comprou cadeados e correntes e amarrou-se à árvore.
A Dra. Sanghamitra Phule, chefe do hospital psiquiátrico onde Kayi está a ser tratada, disse à BBC que "o seu estado está a melhorar".
A médica disse ainda que a família da mulher tinha sido localizada nos EUA e que a Sra. Kayi estava em contacto com eles por telefone.
Quando a mulher foi descoberta, disse que era casada com um homem do Estado de Tamil Nadu, no sul do país, e culpou-o por de a ter amarrado à árvore. Afirmou que tinha passado 40 dias sem comida e água. A polícia questionou a sua afirmação, dizendo que era improvável que alguém sobrevivesse sem comida ou água durante tanto tempo.
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