"Rejeitamos firmemente as propostas desesperadas e sediciosas" que "procuram minar a nossa unidade", declarou num comunicado o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, reafirmando "lealdade absoluta ao cidadão Nicolas Maduro Moros (...), legitimamente reeleito pelo poder popular".
Na segunda-feira, a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, e o candidato presidencial Edmundo González Urrutia apelaram aos militares e polícias que impeçam o que qualificam de "golpe de Estado" do Presidente Nicolás Maduro para se manter no poder.
Em comunicado, Machado e González Urrutia reiteraram a acusação de fraude eleitoral e que a Plataforma Unitária Democrática (PUD, oposição) ganhou as presidenciais de 28 de julho, denunciando a "repressão" sucessiva dos protestos contra o anúncio pelas autoridades da vitória de Maduro, questionada também por parte significativa da comunidade internacional.
"Apelamos à consciência dos militares e da polícia para que se coloquem ao lado do povo e das suas próprias famílias. Com esta violação maciça dos direitos humanos, o alto comando está a alinhar-se com [Nicolás] Maduro e os seus vis interesses", explica o documento.
"Vocês também estão representados por esse povo que foi votar, pelos vossos colegas das Forças Armadas Nacionais, pelas vossas famílias e amigos, cuja vontade foi expressa em 28 de julho", adiantam.
A oposição diz ainda que os militares e polícias "podem e devem pôr termo a estas ações imediatamente", bem como "à violência do regime contra o povo e a respeitar e fazer respeitar os resultados das eleições".
De acordo com organizações de defesa dos direitos humanos, 11 civis foram mortos e mais de 2.000 pessoas foram detidas durante os protestos que eclodiram no dia seguinte à votação contra a reeleição de Maduro.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou na sexta-feira a vitória de Maduro com 52% dos votos contra 43% de Edmundo Gonzalez Urrutia, o candidato da oposição que substituiu Machado, que fora declarada inelegível.
Alegando ser vítima de pirataria informática, o CNE, que a oposição acusa de ser subserviente ao regime, ainda não divulgou as atas eleitorais.
A oposição acredita que se trata de uma manobra para não revelar os verdadeiros resultados e publicou as atas de cada posto de votação.
Segundo estes documentos - cuja validade é rejeitada por Maduro -, Gonzalez Urrutia venceu a votação com 67% dos votos.
[Notícia atualizada às 18h40]
Leia Também: Venezuela. BE apela a transparência no processo e pede fim de "repressão"