"Fui eleito para me tornar o líder do partido. A nossa missão é preparar um governo de mudança para as eleições de 2027", disse Natthaphong Ruengpanyawut, em conferência de imprensa, em Banguecoque.
O Partido Popular (Prachachon, em tailandês) mantém a cor laranja do antecessor, o partido pró-democracia Move Forward, bem como um logótipo triangular semelhante.
"Gostaríamos de ser um partido do povo, para o povo, que possa fazer a Tailândia avançar para que o povo chegue ao poder", disse o porta-voz do Partido Popular, Parit Wacharasindhu.
O Tribunal Constitucional da Tailândia decidiu na quarta-feira dissolver Move Forward, sob a acusação de tentar desestabilizar a monarquia, e banir da atividade política, por 10 anos, o líder Pita Limjaroenrat e outros membros da comissão executiva do partido, "que exerceram funções entre 25 de março de 2021 e 31 de janeiro de 2024".
Depois de ter vencido as eleições gerais do ano passado, o Move Forward não conseguiu formar governo porque os membros do Senado, na altura um órgão conservador nomeado pelos militares, se recusaram a apoiar o candidato a primeiro-ministro, passando então o partido a liderar a oposição.
A Comissão Eleitoral apresentou uma petição a pedir a dissolução do Move Forward por o partido progressista ter defendido alterações à lei de lesa-majestade, que atualmente prevê penas que podem ir até 15 anos de prisão por cada infração.
Ainda antes da decisão do tribunal, Pita já tinha declarado à agência de notícias Associated Press que o partido ia garantir uma "transição suave para uma nova casa", ou seja, um novo partido.
Os deputados de um partido político dissolvido podem manter os lugares no parlamento se mudarem para um novo partido no prazo de 60 dias, de acordo com a lei tailandesa.
A ONU, a UE e vários países, incluindo os Estados Unidos, bem como grupos de defesa dos direitos humanos alertaram que a decisão coloca em causa a democracia e os direitos cívicos na Tailândia.
Leia Também: Dissolução de partido da oposição tailandês? "Farsa desde o início"