Israel bloqueia canal de notícias libanês Al Mayadeen
O Governo israelita aprovou hoje um projeto de lei para bloquear a transmissão no país do canal de notícias libanês Al Mayadeen, filiado do Hezbollah, e assinou uma ordem para confiscar os equipamentos e bloquear os seus 'sites'.
© Reuters
Mundo Médio Oriente
Em maio passado, o Governo israelita adotou o mesmo procedimento com o canal Al Jazeera, do Catar.
Em comunicado, o porta-voz do ministro das Comunicações israelita, Shlomo Karhi, anunciou a ordem e recordou que, em novembro, pouco depois do início da guerra em Gaza (onde já morreram cerca de 40.000 pessoas), o Gabinete de Segurança votou o encerramento da estação noticiosa por satélite Al Mayadeen, mas que a medida tinha expirado em janeiro.
A decisão de bloquear agora a estação - tanto os canais como o trabalho dos seus jornalistas em Israel - surge após "o reaparecimento de representantes terroristas que se faziam passar por jornalistas há cerca de quinze dias", precisa o comunicado, no que parece ser uma alusão à presença de pelo menos um repórter da Al Mayadeen em Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados, um dia depois de um foguete ter matado 12 crianças num campo de futebol.
O site Al Mayadeen dá, de facto, a versão dos acontecimentos apoiada pelo Hezbollah: que foi um míssil intercetor israelita que atingiu Majdal Shams e não um foguete do movimento xiita. Tanto Israel como os EUA afirmam que a explosão foi causada pelo impacto de um foguete Falaq-1 de fabrico iraniano, que faz parte do arsenal do grupo libanês.
A Al-Mayadeen denunciou hoje a ordem na sua conta X em inglês, classificando-a como "um ataque flagrante à liberdade de expressão e uma tentativa de ocultar a verdade".
A decisão israelita baseia-se na chamada "lei Al Jazeera", uma ordem temporária que permite ao Governo israelita encerrar os meios de comunicação social estrangeiros que considere prejudiciais à segurança do Estado.
"A Al Mayadeen tem vindo a cobrir e a relatar as atrocidades israelitas em Gaza, na Cisjordânia ocupada e noutros territórios palestinianos ocupados desde muito antes de a Operação Al Aqsa Flood ter sido lançada em 7 de outubro de 2023", afirmou o meio de comunicação social em X, referindo-se ao ataque do Hamas que deixou 1,200 mortos e cerca de 250 reféns.
"Esta ação agressiva visa o objetivo central do jornalismo: expor a verdade, informar o público e desacreditar a desinformação difundida sobre questões globais", acrescentou.
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