Maduro diz que recusa entregar o poder "à oligarquia e ao fascismo"
O Presidente Nicolás Maduro, disse hoje que o seu Governo não entregará a Venezuela ao imperialismo nem o poder político à oligarquia e ao fascismo, ao mesmo tempo que pediu mão dura das instituições contra os responsáveis pela violência pós-eleitoral.
© Lusa
Mundo Venezuela
"Não somos covardes. Não nascemos no dia dos covardes. Porque nos levantamos com valentia, porque não entregaremos o nosso país, a riqueza deste país, ao imperialismo, porque não entregaremos o poder político deste país a esta oligarquia fascista. Não vamos entregar e trair o nosso povo. Não é altura para traições", disse.
Nicolás Maduro falava durante um Conselho de Defesa e de Estado que teve lugar no Salão Sucre da Casa Amarilla [Ministério de Relações Exteriores], no qual participou o alto comando militar e integrantes do executivo.
O Presidente da Venezuela explicou que se impõe a valentia, a união das instituições e do povo, advertindo que "o fascismo mostrou a sua face criminosa" e que "o fascismo na Venezuela tem de ser curado" e curar a sociedade, ao mesmo tempo que precisou que nem todos os que votaram pelos fascistas [opositores] concordam com a violência e que "detrás do engano e da oferta mentirosa estava um plano de violência e de assalto ao poder.
E questionou onde estão os autores, planejadores e financiadores da violência, e os que a reivindicaram depois nas redes sociais.
"Onde está o senhor Edmundo González Urrutia [que a oposição diz ter ganho as eleições]? Onde se esconde, porque foge e tem medo? Porque não dá a cara, onde está o maior fascista? A senhora Machado [María Corina, líder opositora], que manda matar, assassinar, prepara os 'comanditos', os reivindica e acredita que, graças ao apoio das turbas, vai ter sucesso na política do país?", acrescentou.
Para Maduro, eles "com o seu ódio e fascismo" queriam "um banho de sangue" no país, que conseguiu impedir porque o seu Governo é garantia de paz no país.
"Tem de chegar a justiça aos autores intelectuais e aos financiadores. Têm de ir para a cadeia, de pagar. Esta vez não pode haver impunidade", sublinhou, insistindo que há que "desfascizar" a direita venezuelana.
Por outro lado, insistiu na necessidade de controlar as redes sociais no país, porque "infetam a sociedade de anti-valores" e sublinhou que apesar de serem divertidas são meios para se comunicar, mas também para a guerra.
"Vamos fazer leis para proteger o nosso país, defender o direito à paz, à harmonia e à tranquilidade", disse Nicolás Maduro que denunciou estar impedido de fazer transmissões através do TikTok até 19 de agosto.
"A mim não me vão calar. Não vão calar a Venezuela, bandidos do TikTok, imorais donos do TikTok", frisou.
Nicolás Maduro pediu ao presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, para "meter o acelerador para aprovar as leis contra o fascismo e o ódio" no país.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de duas mil e duzentas detenções e 25 mortos.
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