"Dois ministros extremistas do Governo israelita e membros do Knesset [parlamento] invadiram hoje a abençoada Mesquita de Al-Aqsa, escoltados pela polícia de ocupação israelita", disse a diplomacia jordana num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Para a Jordânia, a ação de hoje coincide com "práticas provocatórias" de extremistas israelitas de imposição de restrições à entrada de fiéis na Mesquita de Al-Aqsa.
Trata-se de uma "violação escandalosa do direito internacional e do 'status quo' em Jerusalém e nos seus locais sagrados", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros jordano.
A Jordânia é a guardiã dos locais sagrados muçulmanos e cristãos em Jerusalém Oriental, embora Israel controle o acesso e as visitas aos locais, ao abrigo dos acordos de paz subscritos pelos dois países em 1994.
O Egito também condenou a invasão da Esplanada das Mesquitas num comunicado em que referiu que tais "atos irresponsáveis e provocatórios constituem uma violação do direito internacional".
A comunidade internacional deve assumir um papel efetivo face a estas violações, que têm como objetivo "fazer descarrilar os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza", acrescentou a diplomacia do Cairo.
O Egito, juntamente com o Qatar, tem tentado negociar um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza iniciada há 10 meses entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas.
Milhares de judeus entraram hoje de manhã (hora local) na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel, incluindo o ministro da Segurança, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita.
A ação coincidiu com o dia em que os judeus assinalam a destruição dos seus templos sagrados no local.
Alguns dos judeus hastearam bandeiras israelitas e rezaram no local, apesar de estarem proibidos de o fazer.
Trata-se da terceira vez que o ministro Ben Gvir se desloca à Esplanada das Mesquitas em datas importantes para reclamar o direito dos judeus a rezar no local, provocando a ira da população palestiniana.
Em setembro de 2000, a visita do então líder do partido Likud, Ariel Sharon, à Esplanada das Mesquitas desencadeou a Segunda Intifada, uma revolta palestiniana que durou até fevereiro de 2005, com um saldo de milhares de mortos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, demarcou-se da iniciativa de Ben Gvir, afirmando num comunicado tratar-se de "uma manobra de diversão".
Netanyahu afirmou ainda que a política do Governo não mudou em relação ao acordo de 1967 entre Israel e os países árabes liderados pela Jordânia, nos termos dos quais o culto no recinto está reservado aos muçulmanos.
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