O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, insistiram, numa conversa telefónica, que "nenhum ator da região deve tomar medidas que prejudiquem os esforços para chegar a um acordo", segundo o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel.
Um alto funcionário do Hamas disse que o grupo militante palestiniano está a perder a confiança na capacidade dos Estados Unidos para mediar um cessar-fogo em Gaza, antes de uma nova ronda de conversações, a iniciar na quinta-feira em Doha, Qatar, face a uma pressão crescente para pôr fim à guerra de 10 meses com Israel.
Numa entrevista à agência Associated Press, na terça-feira, Osama Hamdan, disse que o Hamas só participará se as conversações se centrarem na aplicação de uma proposta apresentada pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, em maio e aprovada internacionalmente.
Os EUA referiram-se à proposta israelita com a qual o Hamas concordou em princípio, mas Israel disse que o discurso de Biden não era inteiramente consistente com a proposta em si. Posteriormente, ambas as partes propuseram alterações, levando cada uma delas a acusar a outra de estar a obstruir um acordo.
A reunião promovida pelos mediadores internacionais para discutir um acordo de cessar-fogo em Gaza começa na quinta-feira na capital do Qatar, devendo prolongar-se durante vários dias sem a presença do movimento islamita palestiniano Hamas.
O primeiro-ministro israelita aprovou o envio de uma equipa de negociadores chefiada pelo chefe dos serviços secretos estrangeiros de Israel (Mossad), David Barnea, pelo seu homólogo dos serviços internos (Shin Bet), Ronen Bar, e pelo major-general Nitzan Alon, que supervisiona as conversações em nome do exército.
A reunião foi convocada pelos Estados Unidos, Qatar e Egito, que têm servido como mediadores no conflito na Faixa de Gaza, em curso há mais de dez meses, para pressionar Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas a aceitar uma trégua, apelando para que cheguem a um acordo sem mais demoras.
Em cima da mesa está um acordo que permitiria a troca dos 111 reféns israelitas ainda detidos em Gaza pela libertação de prisioneiros palestinianos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses sobre uma linha vermelha: o fim definitivo dos combates e a retirada das tropas israelitas do enclave.
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