Síria. Curdos exigem fim dos ataques turcos junto de barragem vital

Mais de mil manifestantes de zonas curdas no nordeste da Síria manifestaram-se hoje junto da Barragem de Tishrin, na província de Alepo, contra os ataques aéreos turcos, que acusam de danificar infraestruturas vitais e colocar civis em perigo.

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Lusa
09/01/2025 22:12 ‧ há 7 horas por Lusa

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Síria

Drones e aviões de guerra turcos permaneceram no ar durante a manifestação, e ataques aéreos atingiram áreas próximas do percurso da marcha de protesto, de acordo com os participantes e um monitor de guerra.

 

A administração de saúde em Kobani informou que os ataques mataram cinco civis e feriram outros 15.

A Turquia, por seu lado, acusou as Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, de utilizarem os civis como "escudos humanos" e de os encorajar a irem para as zonas dos combates.

A Barragem de Tishrin, uma infraestrutura vital no rio Eufrates, tornou-se num ponto crítico no conflito entre as forças curdas e os grupos armados apoiados pela Turquia, que se intensificou desde 08 de dezembro, após a queda do ex-Presidente sírio Bashar Assad.

Uma coligação de grupos apoiados por Ancara está a realizar ataques para tomar o controlo das regiões próximas da fronteira com a Turquia que estão sob controlo de grupos curdos.

Foram relatados fortes combates em áreas próximas da Barragem de Tishrin, a cerca de 90 quilómetros a leste da cidade de Alepo, a segunda maior do país.

"Enquanto caminhávamos nesta marcha, houve cerca de 13 ou 14 ataques aéreos à nossa volta", descfeveu Berfin Dumar, de Kobani, citado pela agência Associated Press (AP), acrescentando: "Tentaram silenciar as nossas vozes para que não pudéssemos proteger esta barragem".

Farhan Haj Issa, copresidente do conselho executivo da Administração Autónoma em Kobani, apelou por seu lado às novas autoridades da Síria e aos Estados Unidos, que apoiam as forças curdas na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico, para ajudarem a pôr fim às hostilidades.

"Após o colapso do regime Baas [partido de Bashar al-Assad], deveríamos entrar numa nova fase de diálogo e lançar as bases para pôr fim à crise", sustentou.

Mas, em vez disso, prosseguiu, "o Estado turco e os seus mercenários aumentaram a instabilidade, agravaram a crise e transformaram a Síria num refúgio para aqueles que espalham a corrupção.

O novo Governo sírio é liderado pelo antigo grupo rebelde Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), que se aliou aos movimentos armados apoiados pela Turquia na ofensiva que derrubou Assad em 08 de dezembro.

O líder do HTS, Ahmed al-Charaa, pediu que os curdos das FDS  sejam integrados no exército nacional que as novas autoridades em Damasco estão a tentar formar a partir de uma manta de retalhos de fações armadas.

A Turquia vê as FDS como uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, PKK, que foi banido no país e está listado como uma organização terrorista por Ancara e por vários outros estados, e tem conduzido operações militares transfronteiriças contra o grupo sírio desde 2016.

As FDS, no entanto, estão aliadas aos Estados Unidos na luta contra o grupo Estado Islâmico na Síria.

O Governo turco ameaçou repetidamente lançar uma ofensiva militar, a menos que os combatentes curdos sírios deponham as armas.

Leia Também: MNE de Espanha visita Damasco e reúne-se com novas autoridades na próxima semana

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