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As fotos, o aborto e as agressões. Ex-PR argentino acusado por ex-mulher

A justiça argentina acusou formalmente Alberto Fernández, ex-presidente do país, por violência contra a ex-primeira dama. Casco foi denunciado este mês, agressões duraram oito anos e a ex-companheira, Fabiola Yañez já foi ouvida - tendo dado pormenores da situação que 'pintam' um verdadeiro pesadelo.

As fotos, o aborto e as agressões. Ex-PR argentino acusado por ex-mulher
Notícias ao Minuto

23:54 - 14/08/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Violência doméstica

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández foi acusado, esta quarta-feira, por lesões causadas à ex-mulher, ameaças e abuso de poder. O caso tem vindo a ser falado na imprensa, depois de no início do mês a ex-primeira-dama Fabiola Yañez ter denunciado o antigo companheiro. 

 

O antigo chefe de Estado argentino já negou o crime várias vezes e chegou mesmo a ter o passaporte caducado.

A acusação formal surge depois de a procuradoria-geral ter ouvido a antiga primeira-dama, testemunho que fez com que as acusações ganhassem um peso ainda maior.

Segundo o que conta a imprensa argentina, Alberto Fernández, de 65 anos, foi primeiro investigado por ter agressões de caráter mais leve, porém, agora estará em causa também o abuso de poder, assim como lesões mais graves e ameaças.

Depois de ter partilhado fotografias tiradas depois de agressões, Fabiola Yañez garantiu que tinha sido vítima de episódios diários de violência reprodutiva, institucional, verbal, física e doméstica, além de constantes traições.

Segundo a imprensa adiantou, numa audiência que aconteceu na terça-feira, a mulher, de 43 anos, confessou mesmo que foi obrigada pelo marido a fazer um aborto.

As agressões terão acontecido durante oito anos e o Ministério Público da Argentina autorizou que outras quatro pessoas fossem ouvidas como testemunhas no caso, incluindo uma ex-secretária de Fernández e um médico.

Da "obsessão" ao aborto

Fabiola Yañez referiu que Alberto Fernández a "'empurrou' para cometer um aborto" porque "ele não estava pronto" para ser pai.

A mulher contou que as situações que foram decorrendo ao longo do tempo já demonstravam alguma "obsessão", e exemplificou dizendo que ela tinha que "estar sempre atenta às chamadas" que ele lhe fazia. Segundo contou, a situação chegava ao ponto de ela "não conseguir interagir com terceiros e ter uma vida normal" ou "sair com amigas"; já que tinha de responder "de três em três minutos".

"Se eu saísse era porque eu o traía. O insólito disso era que, enquanto eu ficava em casa com uma amiga, ele saía para estar com outras mulheres; o que eu descobri no final", contou.

Fabiola contou que já tinha falado de ter filhos, e que o momento em que engravidou chegou, assim como período em que "apareceu o desprezo e a rejeição de Alberto Fernández em relação ao  filho por nascer".

"Começou a atacar-me e a dizer que era muito cedo. Ele dizia-me: "Não posso contar a ninguém que vou ter um filho contigo em tão pouco tempo' e 'é preciso resolver isso'. Tens de abortar. Era tal perversão que ele contou ao filho dele [de um casamento anterior] que eu estava grávida para depois me culpar pelo aborto", recordou.

A mulher diz ainda que sofrendo de violência reprodutiva através "do abandono, desprezo e acusações" ficou vulnerável e levou-a "a tomar a terrível decisão de abortar o meu filho, gerando-me, assim, graves danos psicológicos e emocionais até hoje".

Quando o caso foi denunciado surgiram também fotografias das marcas deixadas pelas agressões, assim como mensagens.

A ida... e o regresso

Segundo o testemunho da mesma, ainda chegou a ir para Londres, no Reino Unido, mas voltou para o ex-presidente, que lhe prometeu constituir uma família. “Porém, como no princípio, voltou o assédio e a perseguição constante. Paralelamente, eu recebia mensagens de muitas mulheres que me diziam ter uma história íntima com ele, que as negava. Uma dessas pessoas é quem administrava a comunicação dele", aponta.

Fabiola conta que procurou dpeois ajuda médica e que começou a tomar medicação. Fabiola agravidou e teve um filho do ex-presidente, em 2022, mas sgeundo o que conta os episódios de violência continuaram.

“Eu não aguentava mais. Insistia que queria ir embora. Suportava o maltrato físico. Inclusive no final da gravidez, ele costumava me empurrar muito. Se eu me sentasse segurando a minha cabeça ou a minha barriga porque não aguentava aquele maltrato, ele gritava na minha cara", recorda.

À medida que o mandato presidencial chegou ao fim, Alberto Fernández ficou "mais nervoso", segundo o que contou. "D noite, ele gritava e dava-me uma bofetada que me deixava com a cara a ferver. Eu ia andando para a casa de hóspedes (casa contígua à residência oficial), enquanto ouvia os gritos. No terceiro ou no quarto dia seguido em que ele me bateu, mudei-me para a casa de hóspedes com o meu filho e trouxe a minha mãe. Tinha medo dele. Ele batia na porta aos gritos. Eu não tinha paz”, garantiu.

Fabiola descreve a situação vivida como "terrorismo psicológico".

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