Urrutia e Machado saudaram ainda o pedido para a verificação "imparcial e independente" dos resultados das eleições, em que Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato, segundo o organismo eleitoral.
González Urrutia, que lidera a Plataforma Unitária Democrática (PUD, principal força da oposição, publicou no X uma mensagem de apreço pela declaração assinada hoje na República Dominicana, na qual o grupo de 22 países e a UE, incluindo Portugal, advertem que "qualquer atraso" nesta verificação põe em causa os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
No documento, Argentina, Canadá, Chile, República Checa, Costa Rica, Equador, Espanha, Estados Unidos, El Salvador, Guatemala, Guiana, Itália, Marrocos, Países Baixos, Panamá, Paraguai, Peru, Reino Unido, Suriname, Portugal, República Dominicana, Uruguai e UE fazem "um forte apelo à sensatez e à sanidade na Venezuela".
González Urrutia considera o apelo "vital" "neste momento crítico e essencial para alcançar uma solução inclusiva que restabeleça a paz e a democracia na Venezuela".
Por seu lado, a ex-deputada da Assembleia venezuelana María Corina Machado descreveu a declaração como "histórica" e apelou ao respeito pelos "princípios democráticos, bem como pelos direitos humanos e liberdades fundamentais de todos os venezuelanos".
A declaração dos 22 países e da UE foi divulgada em Santo Domingo, República Dominicana, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros dominicano, Roberto Álvarez, e sublinha que "qualquer atraso" nesta verificação, "de preferência por parte de uma entidade internacional para garantir o respeito pela vontade do povo venezuelano expressa nas urnas", põe em causa os resultados publicados oficialmente.
A Venezuela realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, registando-se cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
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