As janelas de um edifício administrativo foram destruídas e a sua fachada amarela brilhante ficou queimada e marcada por buracos de balas, noticiou a agência Associated Press (AP), que viajou até ao local a convite do Governo ucraniano.
Num outro exemplo, o fogo de artilharia destruiu uma estátua do fundador soviético Vladimir Lenine. Pelo caminho até à cidade, e ao longo da estrada, a relva está repleta de escombros, incluindo um tanque queimado.
As fotos e vídeos que a AP publicou foram revistos pelo Ministério da Defesa ucraniano, como é procedimento padrão nestas viagens, acrescentou a agência de notícias.
A operação surpresa em solo russo, iniciada na semana passada, tem permitido às forças ucranianas conquistar localidades russas, umas atrás das outras.
Até agora, os militares da Rússia têm lutado para montar uma resposta eficaz ao ataque à sua região de Kursk, a primeira incursão terrestre que a Rússia sofre desde a II Guerra Mundial.
A dez quilómetros da fronteira, esta é a maior cidade a cair nas mãos de Kyiv desde o início da incursão, em 06 de agosto.
A incursão ajudou a redesenhar o conflito, levando à retirada de mais de 120 mil civis, segundo a Rússia, e à captura de pelo menos 100 soldados russos, segundo Kyiv.
É amplamente visto como um grande impulso moral para um país e um Exército que luta para resistir aos constantes avanços russos mais de dois anos depois de Moscovo ter enviado tropas para a Ucrânia.
Mas o objetivo da operação Kursk permanece pouco claro, incluindo saber durante quanto tempo a Ucrânia está disposta a manter o território russo e com que fim.
O presidente ucraniano, Volodomir Zelensky, e o comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Sirski, destacaram hoje que a captura de soldados russos favorece numa nova troca de prisioneiros.
As autoridades e os soldados ucranianos realçaram também que desviar as reservas russas dos principais campos de batalha no leste da Ucrânia é um objetivo mínimo da ofensiva de Kursk, mas Moscovo não deu sinais de retirar um número significativo de tropas das batalhas na região ucraniana ocupada.
Zelensky frisou ainda que a Ucrânia vai estabelecer um gabinete de comando em Sudzha para coordenar a ajuda e os assuntos militares, sinal de que Kyiv pode planear permanecer na região de Kursk a longo prazo.
Os apoiantes ocidentais da Ucrânia mantiveram-se em parte em silêncio sobre a operação surpresa, embora o presidente dos EUA, Joe Biden, tenha dito que tem sido mantido a par dos acontecimentos.
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