O "Serenata dos Mares", um navio com mil cabines "pôde continuar a sua rota para Amesterdão" depois de ter sido bloqueado durante várias horas por ativistas, avançou Carlijn van Essen, citado pela agência France-Presse.
"O petróleo mata, parem os navios de cruzeiro", escreveram os ativistas nos portões de uma eclusa à qual se prenderam, segundo imagens transmitidas em direto 'online'.
Os ativistas estavam em duas eclusas do enorme complexo de Ijmuiden, a noroeste da capital, e segundo o porta-voz um petroleiro também foi bloqueado.
A polícia interveio por volta das 17h00 (16h00 em Lisboa), segundo a agência de notícias holandesa ANP.
Oito ativistas foram "levados para a esquadra e depois libertados", mas ninguém foi detido, disse um porta-voz da polícia, citado pela agência noticiosa.
Esta é a segunda semana consecutiva em que acontece este tipo de ações, apelando para o fim dos navios altamente poluentes.
Na semana passada, 2.000 passageiros de um navio de cruzeiro tiveram de ser retirados de autocarro e depois transportados de comboio para Amesterdão e para o aeroporto de Amesterdão-Schiphol, informou a emissora pública neerlandesa NOS.
O líder do partido de centro-direita VVD e ministro cessante, Dilan Yesilgöz, condenou esta nova ação na rede social X (antigo Twitter), acusando os ecologistas de causarem "incómodos, custos enormes para a sociedade e para os empresários" e de "desperdiçarem recursos policiais preciosos".
"Que descaramento", respondeu a XR, na sigla em inglês da "Rebelião ou Extinção", nas redes sociais. "Anos de políticas climáticas falhadas, um planeta a arder, um fenómeno meteorológico extremo atrás do outro e, depois, encontrar cidadãos preocupados que se manifestam", acrescentaram.
De acordo com um estudo da ONG Transporte e Ambiente, os navios de cruzeiro que navegaram em águas europeias emitiram em 2022 mais de oito milhões de toneladas de CO2, o equivalente a 50 mil voos entre Paris e Nova Iorque.
A redução do número de cruzeiros a partir de 2026 insere-se numa série de medidas definidas pelo município de Amesterdão nos últimos meses, que visam garantir uma "economia turística sustentável".
"Extinction Rebellion" é um movimento internacional descentralizado e sem afiliação político-partidária que usa ação direta não-violenta, para pressionar os governos a responder de forma justa à emergência climática e ecológica.
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