Netanyahu conversou durante cerca de três horas com Blinken em Jerusalém, numa reunião que considerou "positiva e conduzida em bom espírito", segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
O chefe de Governo israelita "reiterou o compromisso de Israel com a mais recente proposta dos EUA sobre a libertação dos reféns, que tem em conta as necessidades de segurança de Israel, na qual se mantém firme", acrescentou o comunicado.
Blinken chegou a Israel no domingo para a sua nona visita desde o início da guerra, em 07 de outubro, com o objetivo de pressionar um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação dos 111 reféns israelitas detidos pelo Hamas em Gaza (dos quais pelo menos 39 morreram), bem como a entrada de mais ajuda humanitária na devastada Faixa.
Netanyahu -- que muitos no seu próprio país acusam de colocar em risco as negociações, com novas exigências, e de colocar os seus interesses políticos em primeiro lugar -- deixou claro no domingo que Israel está a "negociar, não a ceder", nas conversações com o Hamas.
O líder israelita instou os países mediadores -- Estados Unidos, Qatar e Egito -- a pressionarem o Hamas e não Israel, e assegurou estar determinado em dois pontos centrais: não cessar a ofensiva militar até que o grupo islamita seja desmantelado e não retirar as suas tropas.
A equipa negocial de Israel reuniu-se no fim de semana com os mediadores, em Doha - num encontro onde o Hamas esteve ausente - exigindo que, em vez de novas negociações, fosse respeitado o que já tinha sido acordado nos meses anteriores com base numa proposta do Presidente dos EUA, Joe Biden.
O Hamas critica o facto de a nova proposta não incluir um cessar-fogo definitivo nem a retirada total das tropas israelitas da Faixa de Gaza, admitindo a exigência de Netanyahu para que o Exército israelita continue a controlar a passagem de Netzarim (que liga a Faixa de Gaza).
Embora Washington estime que o acordo possa ser alcançado já na próxima semana, Netanyahu terá dito aos seus ministros que "as possibilidades não são elevadas", segundo a rádio pública Kan.
Também o Hamas negou que as partes estivessem perto de alcançar um acordo, como afirmou no final da semana passada o Presidente norte-americano, Joe Biden, e considerou ter havido um "enorme retrocesso nas negociações".
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