"Em Moçambique, as violações graves dos direitos das crianças em Cabo Delgado foram 400% mais elevadas nos primeiros seis meses de 2024, em comparação com todo o ano de 2023. Temos de agir agora", refere uma nota da Unicef, consultada hoje pela Lusa.
Em causa está a insurgência armada naquela província do norte do país, desde 2017, com ataques armados reclamados por movimentos associados ao grupo fundamentalista Estado Islâmico.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância referiu ainda que o ano de 2024 foi "devastador" para as crianças em conflito, "com a violação dos seus direitos e a apresentação de desculpas", acrescentando que "isto tem de acabar".
Em fevereiro de 2024, uma nova onda de ataques em Cabo Delgado causou a deslocação de 43.725 crianças, o correspondente a 61% dos deslocados e causou o encerramento de 129 escolas.
O último grande ataque terrorista em Cabo Delgado deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de rebeldes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
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