"Vemo-nos nas ruas, esquinas e bairros, em perfeita fusão popular-militar-policial. No dia 10, juramos pela Venezuela, pela paz, vida, independência e soberania, que é a nossa clara posição contra o intervencionismo imperialista estrangeiro e da extrema-direita fascista", afirmou num vídeo divulgado na sua conta do Instagram.
No mesmo vídeo, Nicolás Maduro afirmou que o juramento é pelo direito dos venezuelanos a ser o que são e o que querem ser.
O apelo de Nicolás Maduro surge horas depois de o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, ter divulgado dois vídeos, na mesma rede social, supervisionando a operação de segurança montada nas ruas do centro de Caracas.
"Começamos o ano com a primeira revisão das forças de segurança do Estado, implantadas nas ruas para garantir a paz e a tranquilidade do nosso povo", explicou num dos vídeos.
No outro vídeo, Diosdado Cabello sublinhou que está garantida a segurança do país e de todos os venezuelanos.
"Estamos passando revista, dando voltas pelo centro de Caracas. As pessoas, alguns setores da oposição estão um pouco nervosos, porque há medidas de segurança à volta do palácio legislativo e do palácio [presidencial] de Miraflores. Isto é normal, a Venezuela é soberana, é independente", afirmou.
Segundo Diosdado Cabello, funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM, serviço de informações militares), do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN, serviço de informações), da Polícia Nacional Bolivariana e dos Grupos Operativos Especiais de Segurança (GOES), "estão todos nas ruas a fazer o que lhes corresponde".
Em 03 de janeiro, o Governo venezuelano enviou 1.200 militares para todo o país, para "garantir a paz" antes e durante a tomada de posse do Presidente Nicolás Maduro.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, que se exilou em Espanha, obteve quase 70% dos votos. Além da oposição venezuelana, vários países denunciaram a existência de fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.
Em 02 de janeiro, as autoridades venezuelanas ofereceram uma recompensa de 100.000 dólares norte-americanos (97,4 mil euros) por informações sobre o paradeiro de Urrutia.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio desagregadas por assembleia de voto.
O Presidente da Venezuela toma posse a 10 de janeiro de 2025 para um período de seis anos.
A dias da tomada de posse, Nicolás Maduro avisou que o poder presidencial da Venezuela "jamais cairá nas mãos de um fantoche da oligarquia e do imperialismo.
"Esta casa é a casa do povo. Agora e sempre", afirmou Maduro, num vídeo divulgado no Instagram.
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