"Os funcionários devem promover as realizações económicas do país e melhorar a sua capacidade de responder à opinião pública", afirmou Cai Qi, membro do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, durante uma sessão de trabalho do partido, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
Cai exortou os funcionários a cumprirem a sua "missão" de "consolidar e reforçar a opinião ideológica dominante" e "promover os valores socialistas, aprofundando a reforma do sistema e construindo formas de comunicação mais eficazes".
De acordo com a agência, Li Shulei, diretor do Departamento Central de Propaganda do Partido, ordenou aos seus subordinados a seguir as instruções de Cai.
Estas declarações surgem pouco depois de Pequim ter silenciado economistas críticos do atual desempenho da segunda maior economia do mundo, segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, que citou como exemplo o especialista Ren Zeping, anteriormente muito ativo nas redes sociais e cujo perfil no Weibo está bloqueado desde dezembro por "violar leis e regulamentos relevantes".
A última publicação de Ren, que foi removida, citava um antigo édito de um imperador chinês que pedia desculpa ao povo pelas dificuldades de subsistência.
Outros economistas, como Gao Shanwen e Fu Peng, foram também censurados nos últimos meses por terem publicado comentários pessimistas sobre as perspetivas económicas do país.
O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou no seu discurso de Ano Novo que a China vai ser capaz de "ultrapassar os desafios económicos, as incertezas externas e as pressões da transição para novos motores de crescimento".
Na sua mensagem, Xi sublinhou que "a economia mostrou melhorias e recuperação" e descreveu as realizações económicas e sociais de 2024 como uma base sólida para enfrentar os desafios do futuro.
Ele garantiu que a China cumprirá o seu objetivo de crescimento de 5% até 2024, embora reconheça que a economia do país enfrenta "desafios" e "dificuldades".
Nos últimos meses, Pequim lançou vários pacotes de estímulo para impulsionar o consumo interno e o setor imobiliário, que foi outrora um motor económico e atravessa agora uma profunda crise, restaurar a confiança das empresas e enfrentar os crescentes desafios demográficos que o país enfrenta.
A fraca procura interna e internacional, associada a riscos de deflação, estímulos insuficientes, crise imobiliária e a falta de confiança dos consumidores e do setor privado são algumas das razões apontadas pelos analistas para explicar o atual abrandamento da segunda maior economia do mundo.
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