Homicida foge da prisão no Quénia com ajuda de polícias (oito já detidos)

O Quénia lançou uma larga operação policial para capturar um suposto assassino em série, que terá fugido da prisão com a cumplicidade de polícias responsáveis pela sua vigilância, oito dos quais já detidos.

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Lusa
20/08/2024 16:16 ‧ 20/08/2024 por Lusa

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Collins Jumaisi, 33 anos, suspeito de ter assassinado dezenas de mulheres, fugiu com outras 12 pessoas de uma esquadra de polícia de Nairobi, depois de ter sido detido na capital queniana poucos dias depois de terem sido descobertos os corpos das suas alegadas vítimas, segundo a polícia.

 

O suspeito foi detido a 15 de julho, depois das vítimas terem sido encontradas dentro de sacos, numa lixeira num bairro de lata no sul de Nairobi.

 
Segundo a porta-voz da polícia queniana, Resila Onyango, "uma grande operação de segurança está em andamento" para encontrar o homem em fuga.

"As nossas investigações preliminares indicam que a fuga foi facilitada por cúmplices, dado que foram destacados agentes policiais em grande número para vigiar a esquadra", onde o alegado homicida se encontrava detido, denunciou o delegado da polícia, Gilbert Masengeli, num comunicado.

Masengeli anunciou que oito polícias, detidos na noite passada, foram colocados sob custódia policial e decorrem investigações.

Segundo as autoridades, que descreveram Collins Jumaisi como um "assassino em série, psicopata" e um "vampiro", este confessou ter cometido 42 assassínios de mulheres entre 2022 e julho de 2024, altura da descoberta dos primeiros corpos.

A sua fuga foi detetada hoje, durante "uma visita de rotina às celas", indica um relatório policial consultado pela agência de notícias francesa AFP.

"Ao abrir a porta da cela, eles [os polícias] descobriram que 13 presos tinham escapado cortando a malha metálica", detalha o relatório.

Collins Jumaisi compareceu perante um tribunal de Nairobi na sexta-feira que decidiu a prisão, a aguardar a conclusão da investigação.

Segundo o seu advogado, Collins Jumaisi foi "molestado e torturado" durante os interrogatórios.

A agência oficial de direitos humanos do Quénia (KNHCR) anunciou no mês passado que os corpos mutilados de 10 mulheres foram encontrados enfiados em sacos de plástico num aterro abandonado em Mukuru.

A polícia foi severamente criticada após a descoberta dos primeiros corpos no lixo, por o local ficar a menos de 100 metros da esquadra.

A KNCHR disse que estava a investigar o caso para "eliminar qualquer possibilidade de execuções extrajudiciais".

O órgão de vigilância da polícia do Quénia (IPOA) também disse que estava a levar a cabo uma investigação "para determinar se a polícia estava envolvida nestas mortes ou se não agiu para as evitar".

Este caso surgiu num momento em que as forças de segurança quenianas têm estado sob pressão, desde a morte de dezenas de pessoas em junho, durante protestos contra os aumentos de impostos propostos pelo governo.

As ONG acusam a polícia de ter levado a cabo uma repressão desproporcionada, ao disparar munições reais contra os manifestantes.

Leia Também: Despiste de autocarro causa pelo menos 13 mortos e 55 feridos no Quénia

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